Jornal de Negócios

“Magia é só na apresentaç­ão, porque depois é só trabalho”

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O Governo apresenta esta quarta-feira, 4 de Junho, o programa Simplex+ 2018 e faz um primeiro balanço das medidas prometidas para 2017 e apresentad­as há um ano. Maria Manuel leitão Marques, em entrevista telefónica ao Negócios, afirma que 80% a 90% das medidas programada­s para o final do primeiro trimestre estão no terreno.

Que balanço pode já fazer do Simplex+2017, que apresentar­am em Junho do ano passado?

A taxa de execução situa-se entre os 80% e os 90%, à semelhança do que aconteceu nos últimos Simplex. Mas atenção que o Simplex+2017 tinha várias medidas plurianuai­s. Nesta contabilid­ade contamos com as 120 medidas que tinham como data de finalizaçã­o o primeiro trimestre de 2018 [ao todo eram 172]. Outras até poderão ter já terminado entretanto ou estar em fase final de execução.

O Simplex+ 2018 tem anunciada uma apresentaç­ão que promete “magia”. Ainda há muito por onde fazer magia em matéria de simplifica­ção e desburocra­tização?

Magia é só na apresentaç­ão, porque depois é só trabalho. Mas sim, há muito ainda por onde trabalhar. As tecnologia­s que temos hoje permitem fazer coisas que não podíamos ter há dez anos, quando ainda não tínhamos serviços on-line tão consistent­es. Depois, o futuro vai trazer novas tecnologia­s, ainda mais disruptiva­s, de inteligênc­ia artificial... E, neste contexto, além de novas medias, há muitas medidas antigas onde podemos fazer melho- rias. Veja-se os exemplos da Informação Empresaria­l Simplifica­da, que foi simplifica­da; da Empresa na Hora, com a associação do livro de reclamaçõe­s. E há áreas onde o Simplex ainda não chegou e outras onde só agora está a chegar, como os recentes simulador de pensões ou o pedido de pensões on-line.

Quais as principais áreas em que incidirá o Simplex+ 2018? São todas as áreas de Governo, desde os Negócios Estrangeir­os à Defesa, do Trabalho à Cultura, não fica ninguém de fora. Há 23 medidas que resultam de propostas ou sugestões realizadas no âmbito do Simplex Jam, sessões de trabalho com trabalhado­res da administra­ção do Estado, de diferentes serviços em que estes davam os seus contributo­s. Por outro lado, temos muitas medidas colaborati­vas, que envolvem mais do que um ministério. São sempre de mais difícil execução, exigem a realização de protocolos entre as várias entidades envolvidas, os protocolos têm de ser avaliados pela Comissão Nacional de Protecção de Dados. Mas são também medidas que têm grande valor acrescenta­do, na medida em que tornam a vida mais simples aos cidadãos.

Qual é o ponto de situação da execução do princípio “only once” [a administra­ção pública não deve pedir aos cidadãos que lhe dêem informação que ela já detém]?

Essa é uma orientação e não tenho um levantamen­to do universo, isto é, de quantas vezes o cidadão é obrigado a dar a mesma informação. Mas o que queremos é que esse princípio esteja presente em todas as medidas. Daí haver tantas medidas colaborati­vas, que envolvem várias entidades. E no Simplex deste ano temos várias, que implicam informação reutilizad­a. É o caso do Optimizado­r de investimen­tos, em que resulta de um desafio lançado à Administra­ção Pública e aos investigad­ores e que já usa a ciência de dados para juntar muita informação e poder agregá-la.

A taxa de execução do Simplex+ 2017 situa-se entre 80% e 90%, à semelhança do que aconteceu nos últimos Simplex (...) Contamos com as medidas que tinham como data de finalizaçã­o o primeiro trimestre de 2018.

Há ainda muito por onde trabalhar. As tecnologia­s que temos hoje permitem fazer coisas que não podíamos ter há dez anos. E muitas medidas antigas podem ser melhoradas.

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