Jornal de Negócios

Os agricultor­es alertam para o uso da água

Com o projecto Mais Tejo pensa-se utilizar a bacia hidrográfi­ca do Tejo para fazer a irrigação não só do Ribatejo mas também da região do Oeste.

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“OCom o projecto Mais Tejo procura-se usar o Tejo para dar água ao Oeste.

agricultor não consome água, apenas a utiliza, e, parte da água que a planta absorve, é devolvida à atmosfera pela evapotrans­piração da planta e a restante vai recarregar os lençóis freáticos. Com as alterações climáticas, e foi notório nesta seca que atravessám­os, temos de pensar em armazenar as águas superficia­is, e de utilizar a água de uma mais forma racional, para termos mais disponibil­idades”, referiu Domingos dos Santos. “Temos culturas de regadio, e para horticultu­ra, a água é essencial. Mas não podemos estar com este ritmo de perfuraçõe­s e furos artesianos, cada vez mais profundos, que têm sido feitos ao longo dos anos. Mesmo sem a seca, é uma situação insustentá­vel, pois pode levar ao esgotament­o dos lençóis de água e a próximos períodos de escassez de água”, disse Laura Rodrigues, vice-presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras. António Gomes frisa que anti- gamente o sector das estufas estava a utilizar água de subsolo, que era escassa e de má qualidade. “Mudamos o paradigma e hoje o agricultor é auto sustentáve­l em água, pois aproveita toda a água da chuva, guarda em reservatór­ios e a rega é altamente tecnológic­a, e só se dá a água que a planta precisa”, explicou.

Projecto Mais Tejo

A autarca refere que os ministério­s da Agricultur­a e do Ambiente nunca mostraram grande receptivid­ade em relação à questão da água. Sublinha que existem rios e ribeiros na região, que poderiam ser aproveitad­os. Como acentuou Laura Rodrigues, há “incentivos para os agricultor­es fazerem as suas próprias charcas e aproveitar­em das águas da chuva, de forma a rentabiliz­ar todo o sistema”. Mas, quando o “agricultor faz uma pequena charca para regra 4 ou 5 hectares não deve ser visto como um criminoso, mas como alguém que está a fazer algo em prol da sociedade”, avisou Domingos dos Santos. António Gomes afirmou que não se tinha pensado em unir o Ribatejo e o Oeste, mas ,“com o projecto Mais Tejo, pensa-se utilizar a bacia hidrográfi­ca do Tejo, que já tem muitas barragens construída­s, e que podem dar uma maior sustentabi­lidade a este projecto. Água que gera energia e, depois, rega terras, e é devolvida aos lençóis freáticos, em vez de seguir para o mar”. Mas como disse Domingos dos Santos, “estas coisas demoram muito tempo a fazer-se por causa dos processos como os estudos de impacto ambiental e os financiame­ntos”.

 ?? David Cabral Santos ?? “Estes grandes projectos como o Mais Tejo demoram o seu tempo”, admitiu Domingos dos Santos, presidente da Frutoeste.
David Cabral Santos “Estes grandes projectos como o Mais Tejo demoram o seu tempo”, admitiu Domingos dos Santos, presidente da Frutoeste.

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