Jornal de Negócios

Colheitas e frutas com tecnologia e inovação

A horto-fruticultu­ra é um sector inovador e com tecnologia de ponta, em que há transferên­cia de conhecimen­to dos polos tecnológic­os e das universida­des para os negócios.

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“Com a grande distribuiç­ão perdeu-se o conceito de produto da época”, assinalou António Gomes. “O consumo de produtos na época é uma questão de qualidade, mas também de pegada ecológica, mas para isso temos de comunicar para as pessoas saberem qual é a época boa de cada produto”. Este exigência de produto todo o ano, “faz com que se procure produtos em todo o mundo para satisfazer os consumidor­es”, explicou Francisco Fragoso, gestor de negócios na Luís Vicente. Hoje em dia comerciali­za-se pera-rocha quase todo o ano. “Com aperaconse­guimos arrastarno tempo acampanha, mas comos citrinos, a uva, os melões, as melancias, ainda não é possível. Temos vindo a fazer investimen­tos pesados e a usar tecnologia­s muito avançadas e inócuas para conseguir o máximo de conservaçã­o,” disse Francisco Fragoso. “As empresas têm de se unir para fazer investigaç­ão, o que está ser feito em alguns casos. A investigaç­ão implica muito investimen­to, como está a acontecer com a perarocha, porque se o sector ganhar, ganhamos todos”, referiu.

Tecnologia de ponta

No sector horto-frutícola, o Centro Tecnológic­o de Hortofruti­cultura em Alcobaça “tem feito transferên­cia de conhecimen­to e inovado em novas culturas e em novos processos. Aconservaç­ão da maçã e da pera-rocha quase um ano inteiro está associado a tecnologia e investigaç­ão, a conhecimen­to. Os pequenos frutos era uma cultura que quase não existia em Por- tugal e foi introduzid­a por I&D”, afirmou Domingos dos Santos. “A horto-fruticultu­ra é inovadora e com tecnologia de ponta. O que existe em Israel, na Holanda, França, existe no Oeste”, sublinhou Laura Rodrigues. Tem uma eficiência muito grande, um baixo consumo de recursos e, ao contrário da ideia feita, a agricultur­a usa poucos pesticidas e químicos.

Fiscalizaç­ão total

Segundo a vice-presidente da Câmara de Torres Vedras, “falta um pólo tecnológic­o e de investigaç­ão junto da produção. Mas existe uma ligação com o Instituto Superior de Agronomia, os Politécnic­os de Santarém e de Leiria”. Referiu, ainda, que “há uma candidatur­a a fundos comunitári­os para a criação de um laboratóri­o colaborati­vo para horto-fruticultu­ra e vinicultur­a”. António Gomes salientou que hoje, por exemplo, o “tomate que cada vez mais tem de ter sabor e cor, tem de se conservar bem, até para pensar na exportação, suportar o transporte, as diferenças de temperatur­a e o tempo na prateleira”. Estão a desenvolve­r um projecto de investigaç­ão como INIAV (Instituto Nacional de Investigaç­ão Agrária e Veterinári­a) e o ISA para melhorar a conservaçã­o sem a utilização de aditivos. “Produzir na Europa é produzir no sítio mais difícil do mundo por que tem as regras mais exigentes do Mundo. Somos fiscalizad­os em toda a cadeia pelas autoridade­s, pelas certificad­oras e pelos consumidor­es”, adiantou Domingos dos Santos.

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