Sindicatos intransigentes? Jura...!
O primeiro-ministro responsabilizou os sindicatos pelo ultimato do Governo aos professores: ou aceitam a proposta do Governo para contar o tempo de serviço congelado (2 anos, 9 meses e 18 dias contra 9 anos, 4 meses e 2 dias da Fenprof) ou não há acordo. Eu não tenho dúvida de que os sindicatos são intransigentes. Mas isso sou eu (e muitos mais portugueses), que considero os sindicatos as forças mais conservadoras da sociedade portuguesa. Mas o primeiro-ministro nunca esteve nesse grupo. Pelo contrário: hádois anos, numa intervenção no Parlamento, virou-se para a oposição e disse que as greves (que Mário Nogueira anunciou como certas depois danegado ministro daEducação) fazem parte da democracia. Que diferença para António Costa, que agora fica agastado com a intransigência da Fenprof... É óbvio que os sindicatos, nomeadamente o dos professores, são intransigentes. Mas quem é que lhes andou a fazer cócegas, e cedências, nos últimos anos? O Governo. O mesmo Governo que diz, agora, que não pode ceder às exigências de Mário Nogueira. O que mudou? O cenário orçamental dentro do qual o Executivo trabalhae que aconselhaarefrear novos aumentos de despesa. É óbvio que os sindicatos são parte da democracia. Não é isso que se discute. O que se discute é que não se pode fazer todas as vontades aos sindicatos. E quando se faz, como este Governo fez nos últimos meses, não se pode, de repente, dizer o contrário. Sobretudo depois de ter dado a entender, nadiscussão do Orçamento do Estado para 2018, que chegaria a acordo com os professores.