Juros do BCE vão ajudar a travar o preço das casas
Banco de Portugal diz que existem sinais “limitados” de sobrevalorização do imobiliário.
A aceleração dos processos de insolvência, alinhando com as melhores práticas europeias, iria beneficiar os rácios de capital dos bancos europeus, de acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal. No caso português, a subida era de mais de um ponto percentual. Em Portugal, a recuperação de um imóvel dado como garantia num empréstimo que não foi reembolsado demora cerca de três anos e com encargos que ascendem a perto de 10% do seu valor. As melhores práticas europeias mostram que os processos deste género se resolvem em cinco meses e com um custo de 3,5% do valor do activo dado como garantia. “Intuitivamente, um enquadramento mais eficiente em matéria de insolvência apoiaria os bancos a recuperar valor de acti- vos não produtivos”, ressalva o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal. Cruzando dados e fazendo cálculos, o regulador liderado por Carlos Costa conclui que as alterações nos regimes de insolvência subiriam os rácios de capital da banca. Mesmo admitindo que as estimativas são apenas indica- tivas e que têm em conta reformas estruturais com efeitos imediatos (o que não é exequível), os bancos portugueses teriam uma melhoria de 1,4 pontos percentuais do principal rácio de capital (CET1). A Grécia seria quem mais beneficiaria, com um aumento de 5 pontos percentuais. Em Portugal, a alteração do enquadramento legal das insolvências e de recuperação de empresas é um dos passos que faz parte da estratégia para a diminuição do peso do malparado. De qualquer forma, o Banco de Portugal está satisfeito com a recente evolução do malparado, por ser extensível a dívidas de vários sectores de actividade e por os bancos estarem a aumentar a sua cobertura. Há 37 mil milhões de euros em malparado, uma queda de 9 mil milhões, ou 12%, em termos homólogos.