Empresas públicas falham metas de redução da dívida
O endividamento das empresas públicas devia ter descido para 25 mil milhões de euros em 2017, mas manteve-se acima dos 31,5 mil milhões. Os prejuízos diminuíram 50 milhões face a 2016.
O conjunto das empresas públicas obteve em 2017 um resultado líquido negativo de 243 milhões de euros, um valor que representa uma redução de 50 milhões face aos prejuízos registados um ano antes, de acordo com dados da Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização (UTAM) do Sector Empresarial do Estado (SEE), relativos ao quarto trimestre. Também o endividamento das empresas públicas sofreu uma redução face a 2016, em cerca de 310 milhões de euros, mas continuou a ser da ordem dos 31,5 mil milhões de euros, quando o previsto nos planos de actividades e orçamentos destas sociedades apontava para uma diminuição para os 25 mil milhões no ano passado. Desta forma, apesar da redução de 1% face a 2016, a dívida do SEE ficou 6,5 mil milhões acima do previsto, essencialmente, diz a UTAM, “devido ao desvio de previsão da Infraestruturas de Portugal”. A gestora das redes rodoviária e ferroviária tinha previsto uma redução da sua dívida para metade, ou seja, para 4,1 mil milhões, mas acabou por chegar ao final do ano nos 8,3 mil milhões. O maior decréscimo do endividamento, de cerca de 941 milhões, foi registado pela Parpública. Também a CP reduziu a dívida em 410 milhões. Quanto aos objectivos de gestão estabelecidos, aquela uni- dade concluiu que 86% das empresas públicas cumpriram as instruções relativas ao endividamento, ou seja, o aumento da dívida foi igual ou inferior a 3%. Por seu lado, de acordo com a UTAM, o resultado líquido das empresas públicas superou em cerca de 397 milhões o previsto nos orçamentos das empresas, que estimavam prejuízos de 640 milhões. Para a evolução do resultado líquido contribuiu o sector dos transportes e armazenagem, que registou um acréscimo do resultado líquido de cerca de 209 milhões, sendo que metade desse aumento diz respeito à IP. Ajustificar o desvio face às previsões estiveram ainda as empresas financeiras, cujo resultado líquido foi superior ao previsto em cerca de 230 milhões. Em contrapartida, refere a UTAM, o sector da saúde registou um desvio negativo de 97 milhões de euros.