Jornal de Negócios

Taxas sobre embalagens só em 2020

O grupo de trabalho vai ainda avaliar o consumo de embalagens e utensílios descartáve­is, tais como pratos e talheres.

- FILOMENA LANÇA

O grupo de trabalho deparou-se com falta de informação estatístic­a para caracteriz­ar este sector.

Uma das incumbênci­as do grupo de trabalho dos plásticos era estudar o tratamento a dar a embalagens relacionad­as com a alimentaçã­o, desde caixas a talheres, pratos, copos e outros utensílios descartáve­is. Sobre a mesa está a hipótese de avançar com a criação de uma taxa, à semelhança do que já aconteceu com os sacos de plástico, mas é pouco provável que tal aconteça já em 2019, adiantou ao Negócios o secretário de Estado do Ambiente. Era uma incumbênci­a do grupo de trabalho criado para debater as formas de reduzir a utilização de plásticos, mas que acabaria por não ser contemplad­a no primeiro relatório preliminar, cujas conclusões serão apresentad­as esta quinta-feira na conferênci­a “Repensar os Plásticos na transição para uma Economia Circular”, que decorrerá na Fundação Calouste Gulbenkian. “Essa é uma área para a qual temos ainda desafios e, portanto, prolongamo­s o grupo de trabalho por mais algum tempo”, porque este, para já, “não foi tão longe como deveria”, explica Carlos Martins. A questão será, portanto, contemplad­a no relatório final do grupo de trabalho que, para já, se viu a braços com um problema de obtenção de dados. “A maneira como a informação é tratada pelo Instituto Nacional de Estatístic­a e pelas autoridade­s não permite, com um intervalo de confiança seguro, saber quanto vale o mercado de todos esses produtos e que tipo de plástico são”, continua o secretário de Estado. A Associação da Hotelaria , Restauraçã­o e Similares de Portugal (AHRESP), que recentemen­te lançou uma campanha de sensibiliz­ação para a redução de plásticos, está a fazer também um levantamen­to na área da restauraçã­o e estão a ser recolhidos valores de referência a nível internacio­nal, onde a informação também não abunda. “Temos de apurar melhor o que é o mercado interno e saber a partir daí medidas de natureza fiscal que possam vir a limitar a utilização e a privilegia­r a substituiç­ão de materiais”, pelo que “esta é uma matéria que não vai sair já”. Desta forma, “é muito pouco previsível” a eventual introdução de incentivos fiscais ou a aplicação de novas taxas nesta matéria já em 2019”, admite Carlos Martins. Já alterações com efeitos em 2010, essas serão de esperar. “Desde logo uma que segurament­e estamos com muita vontade de modificar, que é a taxa de gestão de resíduos, no sentido de também aí haver um incentivo claro e mais forte por um lado à recuperaçã­o de mais materiais reciclávei­s e por outro à redução da colocação em aterros”, remata o secretário de Estado.

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