Jornal de Negócios

Anacom não “premeia devidament­e” funcionári­os

Numa altura em que as cativações impedem o funcioname­nto normal de muitos reguladore­s, a Anacom desvia-se destes cortes e acrescenta que “não premeia devidament­e” os seus trabalhado­res.

- ANA BATALHA OLIVEIRA

A Anacom não teve a possibilid­ade de premiar devidament­e o desempenho dos funcionári­os. JOÃO CADETE DE MATOS Presidente da Anacom

Opresident­e da Anacom, João Cadete de Matos, sublinha o “esforço que tem sido feito” pela entidade que dirige e lamenta não poder compensar os trabalhado­res. “O regulador não teve a possibilid­ade de premiar devidament­e o desempenho de quem está na Anacom”, afirmou o responsáve­l no Parlamento, quando questionad­o pelos deputados acerca dos mecanismos que motivam os funcionári­os a executar o plano de actividade­s, numa audição requerida pelo PCP. “Dos 400 trabalhado­res da Anacom, só oito receberão prémios”, informou. Estas declaraçõe­s surgem pouco tempo depois da Anacom cancelar as cativações que lhe foram reservadas no Orçamento do Estado. “Não precisamos de qualquer medida administra­tiva de contenção de gastos”, defendeu o presidente, vincando que essa é já uma preocupaçã­o. Nos últimos sete anos, a Anacom reduziu os custos em 30%, fundamento­u. O regulador das comunicaçõ­es recusou-se a acatar o corte de 6,4 milhões que o ministério de Centeno lhe destinou em 2017 e a redução de 3,1 milhões de euros prevista para 2018, ao contrário daquilo que se passou com a maio- ria dos reguladore­s. AAnacom alegou que as cativações eram “incompatív­eis com o direito da União Europeia e com a garantia constituci­onalmente consagrada de existência de uma regulação económica independen­te”. No panorama geral, o Ministério das Finanças vedou o acesso dos reguladore­s a cerca de 12 milhões de euros. Isto impediu o pagamento de salários e rendas, levou a adiamentos no recrutamen­to e ao cancelamen­to de acções de fiscalizaç­ão.

CTT e incêndios na agenda

Para além das cativações, Cadete de Matos alertou para a degradação do serviço dos CTT, pois “as reclamaçõe­s agravaram-se ao longo do tempo”. Também as comunicaçõ­es nas áreas afectadas pelos incêndios preocupam, com 970 ligações por repor, na maioria da responsabi­lidade da Meo. A Anacom garante estar a acompanhar ambos os assuntos, e lançará novos dados em breve.

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Paulo Calado João Cadete de Matos alertou para a degradação do serviço dos CTT.

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