Cartão Universo acumula prejuízos de 15 milhões
A Sonae Financial Services, constituída em 2014 e que tem a sua actividade centrada no Cartão Universo, acumulou prejuízos de 15,1 milhões de euros até Dezembro passado. A Sonae desvaloriza: “Os resultados estão a evoluir de acordo com o plano de negócios
O cartão foi lançado pelo grupo liderado por Paulo Azevedo em 2015. Desde então tem acumulado perdas.
OCartão Universo, que surgiu no mercado em finais de Outubro de 2015, recuperou um conceito lançado pela Sonae 20 anos antes , quando nasceu o Banco Universo, em parceria com o BPI, mas que não teve o sucesso esperado. Para viabilizar o lançamento do Cartão Universo, o grupo liderado por Paulo Azevedo constituiu, em 12 de Maio de 2014, a Sonae Financial Services (SFS) como institui- ção de moeda electrónica licenciada pelo Banco de Portugal, a qual acumulou prejuízos de 15,1 milhões de euros até ao final de 2017. Depois de ter registado 929 mil euros negativos em 2014, o exercício que corporizou o lançamento efectivo do Cartão Universo foi encerrado com um prejuízo superior a oito milhões de euros, a que somou 6,2 milhões nos últimos dois anos (3,5 milhões em 2016 e 2,7 milhões em 2017). Para cobertura de prejuízos e necessidades de fundo de maneio, o grupo Sonae tem realizado sucessivos aumentos de capital. Entretanto, garante o grupo de Maia, “para 2018, prevê-se que as necessidades de fundo de maneio sejam maioritariamente asseguradas pela actividade da empresa e o remanescente pela sua accionista, exceptuando eventuais compras de activos”, ressalva a empresa no relatório e contas de 2017. A Sonae desvaloriza a performance financeira registada até ao momento por esta empresa. “A SFS completou o seu segundo ano de actividade após o lançamento ao público da operação Universo, estando os resultados a evoluir de acordo com o plano de negócios aprovado no conselho de administração de Julho de 2015”, lê-se no mesmo documento de prestação de contas. “Os resultados líquidos da SFS já estavam previstos e os aumentos de capital também”, afirmou ao Negócios fonte oficial da Sonae. “O Cartão Universo foi lançado em 2015 e está na sua fase de crescimento pelo que as expectativas de retorno são as esperadas, visto que é um momento que implica investimentos para um retorno que se espera a médio prazo”, argumentou a mesma fonte. De resto, realçou, “a sua performance no mercado está a superar todas as expectativas, tendo o Cartão Universo já ultrapassado os 600 mil clientes, o que oferece uma confiança reforçada em relação ao futuro”, rematou. O auditor colocou uma ênfase nas contas de 2017 da SFS, referindo que “a evolução das operações da empresa e a recuperação dos seus activos encontra-se dependente do cumprimento e sucesso do plano de negócios da empresa bem como da manutenção do suporte financeiro do seu accionista e empresas relacionadas, conforme previsto no plano de negócios”. Já a fonte oficial da Sonae afiançou que a SFS “tem uma estrutura financeira sólida e é muito prudente em relação aos seus capitais próprios, não se limitando a cumprir o estipulado na lei, mas sendo mais exigente e contando com os fundos necessários para o desenvolvimento da sua actividade”. O Cartão Universo, que resulta de uma parceria da Sonae com o BNP Paribas, combina a função de crédito e de débito e foi utilizado em 13,2 milhões de transacções no ano passado envolvendo pagamentos no valor de 580 milhões de euros. A SFS fechou 2017 com um volume de negócios de 24 milhões de euros.