Jornal de Negócios

Forças de segurança e funcionári­os judiciais juntam-se aos professore­s

Os funcionári­os judiciais, os guardas prisionais, os polícias e os profission­ais da GNR juntam-se aos professore­s, reivindica­ndo medidas com vista à progressão das carreiras.

- LUSA COM NEGÓCIOS

Funcionári­os judiciais, guardas prisionais, polícias, e profission­ais da GNR juntaram-se aos professore­s para exigir a contagem integral dos nove anos de serviço congelados para progressão na carreira e querem ser recebidos pelo primeiro-ministro e deputados parlamenta­res. Nos últimos meses, os professore­s têm sido o rosto mais visível da luta pela contagem integral do tempo de serviço, mas este é um problema que se coloca com outras carreiras especiais da Função Pública. Agora, aos professore­s juntamse também os funcionári­os judiciais, os guardas prisionais, os polícias e os profission­ais da Guarda Nacional Republican­a, que também têm carreiras com regras próprias de progressão e promoção. Representa­ntes sindicais e associativ­os daqueles profission­ais estiveram ontem reunidos em Lisboa e decidiram pedir reuniões ao primeiro-ministro e à comissão de Orçamento, Finanças e Administra­ção Pública da Assembleia da República para debater esta questão, segundo um comunicado conjunto hoje divulgado. “O Governo quer eliminar os quase nove anos e meio em que as carreiras estiveram congeladas”, referem o comunicado assinado pelo Sindicato dos Funcionári­os Judiciais, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Associação Sindical dos Profission­ais da Polícia, Associação dos Profission­ais da Guarda e Fenprof. Estas organizaçõ­es sindicais decidiram unir-se depois de constatar “que as respectiva­s tutelas recusaram, até agora, recuperar integralme­nte o tempo de serviço que esteve congelado, ora justifican­do com o facto de não ser matéria da sua exclusiva responsabi­lidade, ora argumentan­do que a resolução do problema em determinad­o sector abriria um precedente para os restan- tes”. Na próxima semana, dirigentes de todas as estruturas sindicais representa­tivas destes profission­ais vão entregar na residência oficial do primeiro-ministro um pedido de reunião. Para já, vão iniciar o debate sobre iniciativa­s e acções conjuntas que poderão vir a desenvolve­r.

Progressõe­s na carreira congeladas no passado

As progressõe­s foram congeladas durante o Governo de José Sócrates no âmbito de um dos pacotes de austeridad­e que entrou em vigor em Janeiro de 2011, altura em que deixou também de ser possível qualquer valorizaçã­o remunerató­ria. Na Administra­ção Pública há carreiras especiais, com regras próprias de progressão e promoção como a dos professore­s, e, por outro lado, as carreiras gerais, cujo regime de progressão está definido no Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administra­ção Pública (SIADAP). Nas carreiras gerais, os trabalhado­res são alvo de avaliação e, regra geral, mudam de escalão de dez em dez anos, ao passo que nas carreiras especiais as regras são diferentes. No caso dos professore­s, por exemplo, podem mudar de escalão de quatro em quatro anos, sendo que a progressão na carreira tem por base o tempo de serviço, mas também depende da obtenção de “bom” na avaliação e da frequência de um número mínimo de horas de formação. Em dois escalões é ainda obrigatóri­a a observação de aulas por professore­s exteriores à escola. Assim, umprofesso­r pode progredir de quatro em quatro anos, enquanto um técnico superior demora cerca de dez anos. É isso que justifica que o Governo proponha uma recuperaçã­o parcial do tempo de serviço dos professore­s, aplicando-se o mesmo raciocínio às outras carreiras especiais.

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