Venda de 15 centros comerciais promete ano recorde
IMOBILIÁRIO Para além das vendas de centros comerciais confirmadas no primeiro semestre, há mais de dez estabelecimentos em negociação no mercado ou prestes a ficar disponíveis, incluindo gigantes como o Arrábida Shopping.
Depois de um arranque de ano agitado, no qual foi confirmada a venda de vários centros comerciais, o mercado ainda mexe. A CBRE e a Cushman & Wakefield garantem que o número de centros comerciais a trocar de mãos deverá ascender a 15 no curto prazo, embora o fecho de algumas das negociações possa resvalar para 2019.
“Este ano poderão transaccionar-se 15 centros comerciais”, avança Nuno Nunes, director do departamento de investimento da CBRE. E acrescenta: “sendo previsível que nem todas as operações se concluam este ano, a CBRE prevê que 2018 encerre com aproximadamente 1.400 mi- lhões de euros de investimento no sector, claramente um recorde histórico”.
As previsões da Cushman & Wakefield apontam para o mesmo total de imóveis. A imobiliária conta que até ao final do ano sejam vendidos até 10 destes estabelecimentos, mas que cheguem a 15 “se incluirmos aqueles cuja aquisição vai provavelmente resvalar para 2019”, afirma o responsável pela equipa de “capital markets” (mercado de capitais), Paulo Sarmento. A estimativa do volume de investimento é mais conservadora: um pouco acima dos 1.250 milhões de euros.
Apesar destas imobiliárias preferirem não avançar nomes, o Negócios apurou que entre os activos actualmente em negociação estão três que são propriedade da Sonae Sierra: Rio Sul, Nova Arcada e Madeira Shopping. A mesma empresa deverá trazer em breve três outros centros de grande dimensão para o mercado: Arrábida Shopping, Gaia Shopping e 8.ª Avenida. Fora do universo Sonae, os investidores podem negociar o Shopping Cidade do Porto, o Fórum Castelo Branco, o Mira Gaia e o La Vie Funchal.
Vendas são estratégicas
Contactada, a Sonae Sierra preferiu não comentar os nomes avançados. Contudo, explicou que a estratégia de reciclagem de capital da empresa, em vigor des- de 2008, consiste em vender, “parcial ou totalmente, alguns activos e adquirir outros com potencial para criação de valor”, recorrendo às verbas libertadas. Paralelamente, pretende “gerar rendimentos através da celebração de contratos de gestão dos activos vendidos”, completa fonte oficial.
Durante o primeiro semestre, a Sonae Sierra já tinha confirmado a venda do Serra Shopping. O maior centro comercial do país, o Dolce Vita Tejo, também foi transferido das mãos do fundo Baupost para as da Axa. Contudo, a maior parte dos activos comprados na primeira metade do ano saíram da carteira do fundo Blackstone. Este terá vendido o Forum Sintra, Sintra Retail Park e Forum Montijo. No caso do Almada Forum, a Bloomberg anunciou que as negociações culminaram numa oferta de 450 milhões de euros da espanhola Merlin.
O investimento em centros comerciais deve atingir em 2018 “um recorde histórico”.