Queda da PT afectou produtos complexos
A colocação de produtos financeiros complexos, em Portugal, caiu no ano passado, revela a CMVM. Uma evolução que está relacionada com o incumprimento que se verificou nos produtos relacionados com títulos da PT, adianta o Relatório Anual sobre os Mercados de Valores Mobiliários relativo a 2017 publicado esta quinta-feira
“A colocação de produtos financeiros complexos (PFC) em Portugal continuou a cair e os PFC com capital garantido aumentaram de novo o seu peso relativo. Esta evolução não pode ser dissociada do ‘default’ dos títulos da Portugal Telecom International Finance (PTIF), que se constituíam como activo subjacente de vários PFC, designadamente ‘credit linked notes’”, adianta a CMVM.
Como lembra o regulador do mercado de capitais, após este evento de crédito, no terceiro trimestre de 2016, a Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA) determinou um valor de recuperação de 20% para os títulos PTIF. Ou seja, os investidores perderam, pelo menos, quatro em cada cinco euros investidos em diversos produtos financeiros complexos que tinham obrigações da PTIF como subjacente.
“Este evento terá prejudicado a confiança dos investidores e levado à diminuição da procura, pressionando os emitentes a ajustar a oferta para produtos de menor risco”, refere a CMVM.
O montante vivo de produtos financeiros complexos comercializados em Portugal aumentou para 4,2 mil milhões de euros, em 2017, ainda que o número de produtos vivos tenha recuado para 325. E, entre os subjacentes destes produtos, as acções foram os que mais cresceram.