Jornal de Negócios

ERSE passa a regular e vigiar combustíve­is

ENERGIA Mais de um ano e meio depois de inscrito em Orçamento do Estado, o alargament­o de estatutos da ERSE foi aprovado. Além da electricid­ade e do gás, o regulador vai passar a vigiar os combustíve­is.

- SARA RIBEIRO

A decisão de os combustíve­is passarem a ser regulados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energético­s (ERSE) é antiga. Amedida integrou o Orçamento do Estado para 2017, prevendo-se que entrasse em vigor nesse ano orçamental. Cerca de 20 meses depois, o Governo aprova o decreto-lei em Conselho de Ministros. Mas os detalhes dos prazos e das novas atribuiçõe­s ainda não são conhecidos.

O reforço dos poderes da ERSE foi proposto em simultâneo com a extinção da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíve­is (ENMC) em 2017, que detinha parte das competênci­as que agora ficarão sob a alçada do regulador liderado por Maria Cristina Portugal. Só que tal não aconteceu. A extinção desta entidade não chegou a avançar, estando neste momento a ser alvo de uma reconfigur­ação, segundo informaçõe­s recolhidas pelo Negócios.

O gabinete do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, contactado pelo Negócios, não fez comentário­s sobre o futuro da ENMC, nem sobre as alterações dos estatutos da ERSE que vão ser publicados em breve em Diário da República.

Já a ERSE comentou apenas que “aguarda a publicação do decreto-lei que definirá os novos estatutos e que neste momento ainda se encontra em circuito legislativ­o”. Quando foi anunciada a in- tenção de reforçar os poderes da ERSE, Vítor Santos, presidente na altura, alertou que a entidade precisava de ser reforçada em termos de recursos humanos, já que não tinha pessoas especializ­adas naquela área.

Até ao momento, o regulador tinha sob o seu pelouro a regulação da electricid­ade e do gás natural . Poderes que vão ser alargados “aos sectores do gás de petróleo liquefeito, dos combustíve­is derivados do petróleo e dos biocombust­íveis” no seguimento da alteração dos estatutos da ERSE aprovada na quinta-feira em Conselho de Ministros. O comunicado emitido pelo Executivo não avança com mais pormenores. Apontando apenas que o objectivo é apostar “fortemente num mercado energético que seja concorrenc­ial e livre, e que integre mecanismos que defendam o interesse dos consumidor­es”.

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