Atraso na cobrança de abastecimentos tem limitado expansão da rede
A constante manutenção de postos da rede Mobi.e é vista por operadores como uma “forma de pressão” para acelerar a cobrança dos abastecimentos. Uma situação que segundo o Governo estará resolvida até 1 de Novembro.
“Estamos a fornecer ‘combustível’ gratuito para os utilizadores de veículos eléctricos. GRCAPP
Os consecutivos atrasos no arranque da cobrança dos carregamentos de veículos eléctricos tem sido um dos travões ao crescimento da rede Mobi.e, segundo os operadores dos postos. Uma situação que se tem arrastado desde o ano passado. Mas que, segundo o Governo, estará a ser ultimada.
A rede de mobilidade eléctrica conta com 534 postos. Porém, muitos destes encontram-se em manutenção. Para a EV Power, “tal acontece como forma de pressão por parte dos operadores, uma vez que o processo de entrada em mercado tem sido sucessivamente adiado”, explicou ao Negócios fonte oficial da empresa que integra a lista de operadores da Mobi.e. O que dá “origem a custos significativos para os operadores ou para os proprietários dos postos (no caso de privados de acesso público), uma vez que neste momento a energia tem de ser totalmente suportada por estes”, sustentou a mesma fonte.
Uma opinião partilhada pela GRCApp. Fonte oficial da empresa começou por sublinhar que os postos de carregamento implicam investimentos elevados. “Para além disso, se acrescentarmos a energia e a manutenção dos mesmos, estamos a fornecer ‘combustível’ gratuito para os utilizadores de veículos eléctricos”, apontou.
Como as empresas estão impedidos por lei a cobrar a energia, têm alertado que o modelo de negócio não é sustentável até à entrada em fase de mercado. Isto é, até poderem cobrar pelos abastecimentos. Um passo que segundo o novo prazo avançado pelo Governo será dado até ao dia 1 de Novembro.
Os detalhes relativos aos custos de carregamento em postos rápidos devem ser conhecidos já no próximo mês, de acordo com informação do Ministério do Ambiente. “Em meados de Outubro, os comercializado- res de energia para a mobilidade eléctrica irão divulgar as tarifas e iniciar o processo de contratualização do serviço com os utilizadores de veículos eléctricos”, disse fonte oficial.
Questionado sobre o elevado número de postos em constante manutenção, a mesma fonte garantiu que “estão previstos trabalhos de manutenção para os postos em questão”.
O problema não é a falta de carregadores. O nosso país tem mais pontos de carregamento eléctrico por automóvel eléctrico do que bombas de combustível (fósseis) por automóvel com motores de combustão interna. PRIO
Manutenção em curso
Para Carlos Ferraz, responsável pela área de mobilidade eléctrica da Prio, um dos comercializadores de energia da rede, a par da EDP, Elergone e Galp , o problema do sector em Portugal não é a falta de carregadores. “O nosso país tem mais pontos de carregamento eléctrico por automóvel eléctrico do que bombas de combustível (fósseis) por automóvel com motores de combustão interna.” Segundo o mesmo responsável, do conhecimento que tem dos carregadores que não estão em funcionamento, supõe “que estes se cingem à rede-piloto, na qual o problema reside no facto de estes carregadores não terem um operador dedicado”.
Uma posição defendida pelos restantes operadores contactos pelo Negócios. Todos garantem que os postos que exploram estão em funcionamento. Como fonte oficial da Galp referiu, “neste momento, todos os pontos se encontram em perfeitas condições de funcionamento. Existem quatro que não se encontram disponíveis ao público por questões de licenciamento ou definição de condições de operação com os concessionários que se encontram em resolução”.
Já a EDP sublinha que todos os postos conectados à rede Mobi.e “funcionam de forma regular” e “a maioria dos postos de carregamento operados pela EDP não teve ocorrências desde a sua instalação”.
[Atraso na cobrança do abastecimento] dá origem a custos significativos para os operadores ou para os proprietários dos postos. EV POWER
Estão previstos trabalhos de manutenção para os postos em questão [inoperacionais]. “MINISTÉRIO DO AMBIENTE