Jornal de Negócios

Chineses assumem banco do ex-Banif e injectam 41 milhões

Depois dos 50 milhões de euros colocados pela Oitante, o Banif – IB já recebeu 41 milhões de euros do novo accionista, a Bison Capital.

- DIOGO CAVALEIRO

Os chineses da Bison Capital assumiram o controlo do Banif – Banco de Investimen­to, agora com o nome reduzido para as iniciais BBI, em Julho passado e, nesse mesmo mês, injectaram 41 milhões de euros.

“O aumento de capital de 41 milhões de euros em Julho no BBI foi realizado pela Bison Capital, tendo em vista o desenvolvi­mento de negócio do BBI”, respondeu fonte oficial ao Negócios.

Este é um dos primeiros passos dados pelo novo accionista, depois da aquisição do BBI à Oitante, pertença do Fundo de Resolução, que aconteceu em Julho.

O banco de investimen­to que passou para aquele veículo aquando da resolução do Banif, em Dezembro de 2015, tem sido alvo de sucessivos aumentos de capital, até pelo acompanham­ento do Banco de Portugal no pós-intervençã­o de modo a conseguir cumprir os requisitos mínimos de capital. Foram 50 milhões de euros que foram injectados, sobretudo através de conversão de créditos, entre 2016 e 2017, pela Oitante.

Este ano, voltou a entrar capital na instituiçã­o financeira, mas vindo da China, e não já da Oitante, que pertence ao Fundo de Resolução.

Aquando da assinatura do acordo de compra do BBI, em Agosto de 2016, era afirmado que a Bison se comprometi­a a aumentar o capital social do BBI em 10 milhões de euros após a efectiva transmissã­o das acções. Ora, essa passagem só aconteceu em Julho deste ano, depois de quase dois anos de avaliação por parte do Banco de Portugal e do Banco Central Europeu. E, entretanto, o valor injectado é superior: são 41 milhões.

Em 2016, a Bison além dos referidos 10 milhões de euros a colocar no espaço de um ano a contar da conclusão da venda, planeava injectar entre 150 e 200 milhões de euros no espaço de até três anos.

As injecções de capital que foram sendo feitas pela Oitante, mediante conversão de créditos e outros instrument­os, ajudaram o banco a cumprir os requisitos mínimos regulatóri­os, mas ainda há uma herança a resolver. No final do segundo semestre, o activo do BBI estava nos 84 milhões de euros, face a um passivo de 62 milhões, resultando num capital próprio de 22 milhões, ainda que o balanço contenha reservas negativas superiores a 110 milhões de euros.

A Bison Capital, que assumia que queria tornar o BBI como uma “ponte de conexão entre a China, Hong Kong e Macau e a Europa”, já propôs uma nova equipa de gestão. O banco não comenta, mas o Jornal Económico já noticiou que Pedro Cardoso, ex-líder do Banco Nacional Ultramarin­o, em Macau, é o presidente proposto.

Pedro Cardoso, vindo do banco da Caixa em Macau, o BNU, é o nome apontado pela Bison para liderar o BBI.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal