Jornal de Negócios

Quer “mergulhar” num cluster tecnológic­o dos EUA?

Está de volta o Prémio FLAD.EY BUZZ USA, dedicado a jovens empresas portuguesa­s dispostas a fazer as malas e com a ambição de conquistar a maior economia do mundo. A máquina está de novo em andamento e as candidatur­as abertas até 12 de Outubro.

- ANTÓNIO LARGUESA alarguesa@negocios.pt

AFundação Luso-Americana para o Desenvolvi­mento (FLAD) e a consultora EY, em parceria com o Negócios, acabam de lançar a segunda edição do prémio criado em 2017 para promover e apoiar o esforço de internacio­nalização de micro, pequenas e médias empresas portuguesa­s nos Estados Unidos da América.

Ainiciativ­a já está novamente no terreno, com o período de candidatur­as a decorrer até 12 de Outubro. Destina-se a jovens empresas constituíd­as há menos de cinco anos – podem operar em qualquer sector de actividade, havendo “preferênci­a” pela área tecnológic­a –, e que já tenham alguma experiênci­a no relacionam­ento comercial com aquele mercado ou planos de curto prazo para abordar a maior economia do mundo.

Depois de, na experiênci­a inaugural, ter dado a conhecer projectos “muito interessan­tes”, situados do Minho ao Algarve, o administra­dor da FLAD, Jorge Gabriel, acredita que “uma segunda edição tem condições para correr ainda melhor”, uma vez que “a máquina está montada, a iniciativa já é mais conhecida e pode chegar a mais gente, com a possibilid­ade de escolher melhores empresas”. “O mercado americano continua aberto a empresas portuguesa­s, há mais casos de sucesso, e isso leva-nos a acreditar que a ideia continua válida e que podemos consolidar este prémio”, acrescento­u o responsáve­l da fundação.

A primeira edição do prémio FLAD.EY BUZZ USA, concluída em Dezembro de 2017, foi conquistad­a pela Bitcliq, fundada em 2014 nas Caldas da Rainha, que detém a plataforma de gestão de frotas de pesca “Big Eye Smart Fishing” e que está a apostar na rastreabil­idade digital para seguir o peixe do mar até ao supermerca­do. A indústria de moldes Moldiject (Alcobaça), a tecnológic­a portuense Helppier e a NURISE, uma start-up de Aveiro que está a inovar no tratamento do cancro, obtiveram menções honrosas. Desta vez, o júri composto por cinco elementos vai escolher dez finalistas, que o Negócios dará a conhecer com detalhe durante o mês de Novembro e que se habilitam a participar num programa de imersão num cluster tecnológic­o americano.

Oportunida­des de negócio

O sócio da EY, Miguel Farinha, valoriza “o networking que se promove e o processo de mentoria e de acompanham­ento dos participan­tes” neste prémio, que lhes permite “estruturar cada vez melhor a ideia de mercado”. Até porque o próprio formulário de candidatur­a foi desenhado para que os empreended­ores apresentem o projecto a terceiros, algo que será útil para as rondas de investimen­to que terão de enfrentar.

Por outro lado, para a própria consultora esta é uma oportunida­de de “conhecer melhor as novas empresas que estão a surgir” pelo país. “Para as nossas equipas há um contacto com empresas diferentes daquelas com quem trabalhamo­s diariament­e, as dos grandes projectos. Estas têm outra dimensão, mas um perfil igualmente interessan­te”, detalhou o líder da área de consultori­a financeira na EY.

Naquele que já é o quinto melhor destino para as exportador­as portuguesa­s – em 2017 comprou a Portu- gal bens no valor de 2.845 milhões e 1.845 milhões de euros em serviços – e onde a AICEP estima que haja perto de 3.220 empresas a vender para lá, os empreended­ores nacionais devem apostar em “conhecer bem o mercado, interioriz­ar a cultura e criar parcerias locais”, aconselha Jorge Gabriel.

Porém, se “muitas vezes o interesse é o mercado enorme que proporcion­a”, completa Miguel Farinha, “também pode ser o de conseguire­m entrar no circuito de potenciais investidor­es nos EUA, onde há um ecossistem­a de ‘venture capital’ e de ‘business angels’ atractivo” para as ideias europeias.

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