Um novo animal na floresta
questão de ser a autoridade máxima na casa. As crianças sabem que quem manda lá é a mãe. Ele não passar de um labrador com calças. Como quem manda na empresa é o chefe, esse novo tipo de homem acaba por não mandar em nada e sente-se assim mais feliz.
Enquanto segmento de mercado, o Pai com Filho Pequeno na Escola tem sido ignorado solenemente pelos publicitários e marqueteiros. Quase todas as comunicações feitas para marcas ligadas ao universo infantil continuam dirigidas diretamente aos pequenos ou, principalmente, às mães e avós.
O que não deixa de ser curioso pois o Pai com Filho Pequeno na Escola é um perdulário. O prazer que ele tem em mimar os putos equivale a um sentimento que só os avôs e avós sentiam. Ele só quer ser feliz e espalhar felicidade. Não teve a dor do parto, nem tem a hipersensibilidade feminina para as febres e dores de barriga e ouvidos que vêm no mesmo pacote que os bebés.
Tenho inveja do Pai com Filho Pequeno na Escola. Há ali uma certa ingenuidade e poesia, uma alegria que ilumina as ruas das cidades. Os seus sorrisos bobos são capazes de aquecer os corações dos passantes. Que sejam felizes. Aproveitem, amigos, pois a adolescência das vossas crias espreita ali na esquina.
Ou como diria o meu Tio Olavo, a citar Luís Fernando Veríssimo: “A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.”