Jornal de Negócios

Estado vai ser “silent partner” em start-ups

O Fundo 200M espera atrair pelo menos 100 milhões de euros em investimen­to privado. O Estado acompanha o capital dos privados, que ficam com uma opção de compra sobre a posição do fundo.

- PEDRO CURVELO pedrocurve­lo@negocios.pt

“Os co-investidor­es não vêm fazer nenhum favor por vir investir em Portugal. Só investem em Portugal se encontrare­m bons projectos. “MARCO FERNANDES Presidente da PME Investimen­tos

OEstado vai assumir o papel de accionista nas start-ups que recebam apoio do Fundo 200M. No entanto, não irá intervir na gestão das empresas, sendo um “silent partner”. Os co-investidor­es privados terão ainda uma opção de compra sobre a participaç­ão pública. O fundo, que tem 100 milhões de euros de dotação pública, foi lançado pelo Governo a 27 de Setembro.

Marco Fernandes, presidente da PME Investimen­tos, entidade que gere o fundo, destaca estes aspectos “inovadores” do fundo. À cabeça, refere ao Negócios, o facto de “o Estado acompanhar o investimen­to dos privados até um mon- tante máximo de cinco milhões de euros por candidatur­a”, tornandose accionista das start-ups.

A opção de compra sobre a participaç­ão pública no capital das empresas “é mais um factor de atracção para os investidor­es”, sublinha Marco Fernandes.

O presidente da PME Investimen­tos frisa que “o objectivo é atrair o mais possível investidor­es inter- nacionais para Portugal” e “pensamos que esta solução, em que o Estado acompanha o investimen­to privado e a opção de compra prédefinid­a sobre a participaç­ão pública nas start-ups é muito atractiva e vai gerar muito interesse”.

Avaliação das candidatur­as

As candidatur­as ao Fundo 200M são avaliadas por um Comité de Investimen­to, que é presidido por Nuno Arantes- Oliveira. Ao aproveitar a avaliação que os co-investidor­es fazem dos projectos que decidem apoiar, existe “uma visão mais isenta. Sem dúvida. É completame­nte isenta. Nós vamos ‘atrás’ de propostas de entidades que estão à procura de bons projectos. Em qualquer parte do mundo”, assinala ao Negócios o presidente do Comité de Investimen­to.

“Este fundo também é importante não só para as empresas mas para os investidor­es, que já investiram mas que não têm a capacida- de para, eles próprios, entrarem ou liderarem rondas seguintes de investimen­to”, acrescenta.

Risco reduzido

Os elementos da PME Investimen­tos e os membros do Comité de Investimen­to defendem que a forma como o fundo está desenhado permite “mitigar o risco”. Por um lado, argumentam, o facto de o Estado acompanhar o investimen­to privado reduz o risco para os investidor­es. Por outro, ao selecciona­r “bons investidor­es, com experiênci­a e sucesso no passado”, existe uma maior confiança de que os projectos financiado­s são de qualidade.

Candidatur­as aprovadas num mês

Sem estabelece­r um prazo rígido, Marco Fernandes diz ser “perfeitame­nte exequível” que a decisão final do Comité de Investimen­to demore “cerca de um mês” após a recepção das candidatur­as.

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Miguel Baltazar O presidente da PME Investimen­tos confia que o Fundo 200M vai atrair “os melhores investidor­es internacio­nais”.

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