Aposta em fundos de acções aumenta após Verão turbulento
A procura por rendibilidade está a levar os portugueses a trocar fundos mais conservadores e com perspectivas de menores retornos por produtos com maior risco. Produtos que investem em acções europeias e americanas têm atraído capital.
Anavegação nos mercados accionistas tem estado instável. Apesar da maior volatilidade nas bolsas, a busca por rendibilidade continua a empurrar os investidores para as acções. Num mês de resgates nos fundos, os produtos que investem nestes activos conse- guiram atrair poupança.
As bolsas mundiais têm vivido momentos de grande incerteza. Questões como a guerra comercial e a aprovação do orçamento em Itália estão a elevar a volatilidade na negociação. Mas, apesar dos níveis de instabilidade adicionais, as acções continuam a ser apontadas como o melhor investimento. E os investidores estão a trocar os fundos mais “seguros” pelos fundos de acções. Das cinco categorias que receberam mais investimento, em Setembro, três são fundos de acções.
A classe outros fundos de acções internacionais foi a segunda mais procurada no último mês, a seguir aos fundos multiactivos defensivos. Esta categoria captou 18,7 milhões de euros, subscrições justificadas essencialmente pelo volume de entradas registadas pelo Caixagest Acções Líderes Globais, que recolheu mais de 19 milhões de euros em Setembro, segundo o relatório mensal dos fundos de investimento mobiliário divulgado pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).
Os fundos que investem em acções negociadas no Velho Continente e nos EUA também atraíram
Os investidores nacionais reforçaram a aposta em fundos de acções mundiais, em Setembro.
poupança. Os fundos de acções da União Europeia, Suíça e Noruega terminaram o mês com subscrições líquidas de 3,4 milhões de euros, enquanto os fundos com exposição a títulos da América do Norte recolheram 1,2 milhões de euros.
Do lado das categorias com subscrições positivas contam-se ainda os fundos de acções nacionais. Estes produtos atraíram cerca de 200 mil euros, reduzindo para 6,9 milhões o volume de saídas registado desde o início do ano. Esta aposta em acções ocorre, porém, num momento em que a maioria destes fundos regista um comportamento negativo. Os fundos de acções europeias perdem, em média, 7,5% este ano, enquanto os fundos de acções nacionais desvalorizam 6%.
A excepção são os produtos com exposição às bolsas norte-americanas, que continuam a garantir rendibilidades positivas. Os fundos de acções da América do Norte somam 4,3% em 2018, suportados pelas valorizações registadas pelas bolsas dos EUA: o S&P 500 sobe 3,5% e o Nasdaq ganha 8,5%. Apesar de viver o “bull market” mais longo da sua história, o mercado accionista dos EUA lidera a preferência dos especialistas.
A dinâmica de crescimento da economia norte-americana, associada aos estímulos fiscais de Donald Trump, deverá impulsionar a negociação em Wall Street. Já no Velho Continente, as negociações do Brexit, Itália e a retirada dos estímulos monetários poderão criar momentos de instabilidade.
Multiactivos lideram
Apesar da aposta em fundos de acções após o Verão, os fundos multiactivos foram os mais procurados, liderando também as subscrições no acumulado do ano. Os investidores nacionais aplicaram 24,3 milhões de euros em fundos multiactivos defensivos, elevando para 253,7 milhões o montante investido nestes produtos desde o início do ano. Esta classe é já a terceira com maior quota de mercado. Os multiactivos defensivos recolhem 18,8% do património gerido pelos fundos de investimento.