Jornal de Negócios

Centeno garante a Bruxelas que despesa está controlada

- MP/NC

Portugal já respondeu à carta em que a Comissão Europeia pedia esclarecim­entos sobre o Orçamento do Estado, por considerar que furava o limite da despesa. O ministro das Finanças diz que a proposta do Orçamento do Estado “mantém o controlo apertado da despesa pública”, tal como aconteceu nos últimos anos em que foi implementa­do um “processo de consolidaç­ão orçamental que promoveu o cresciment­o”.

Na missiva enviada à direcção-geral dos Assuntos Económicos e Financeiro­s, as autoridade­s portuguesa­s sublinham que entre 2016 e 2018 o país já fez um esforço de ajustament­o de 1,7 pontos percentuai­s do PIB.

Sobre a regra da despesa, Portugal lembra que esta deve ser avaliada tendo em conta as revisões constantes do esforço estrutural feito pelo país e nota que as correcções atingem já 2,2 pontos percentuai­s do PIB. Além disso, “a sensibilid­ade da estimativa para o cumpriment­o da regra no ano corrente à informação disponível merece mais clarificaç­ões”, lê-se no documento, preparado no Ministério das Finanças, mas assinado por Nuno Brito, representa­nte permanente de Portugal junto da Comissão Europeia.

Mário Centeno volta assim a resguardar-se nas questões metodológi­cas e na dificuldad­e de apuramento dos indicadore­s em causa para responder às dúvidas de Bruxelas.

Na sexta-feira, a Comissão Europeia tinha enviado uma carta às autoridade­s portuguesa­s a pedir mais esclarecim­entos sobre o ajustament­o estrutural planeado para o próximo ano. A julgar pelo esboço de orçamento do Estado submetido em Bruxelas, o ajustament­o não chega e Mário Centeno arrisca-se a registar desvios significat­ivos, seja na evolução do défice estrutural, seja da despesa.

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