Totta perde eficiência mas espera inversão até 2020
Os custos do Santander Totta subiram mais do que os proveitos nos primeiros nove meses do ano, resultado da integração do Popular, mas Vieira Monteiro acredita que a tendência irá mudar. Os lucros subiram.
Os custos do Santander Totta subiram mais do que o produto bancário nos primeiros nove meses do ano, mas a instituição presidida por António Vieira Monteiro acredita que a tendência futura será a inversa. Neste período, argumenta o banco, houve efeitos não recorrentes a penalizar a comparação. Mesmo assim, o lucro subiu 16% para 385 milhões de euros.
Até Setembro deste ano, os custos operacionais agravaram-se 18,6% em relação ao mesmo período de 2017. Ficaram em 464,6 milhões de euros, um comportamento que o banco atribui ao impacto da integração do ex-Popular Portugal, que, por ter ocorrido em Dezembro passado, penaliza as comparações homólogas. Os custos com pessoal representam a maior fatia, mas foram os gastos gerais os que mais aumentaram.
Já o produto bancário aumentou 14,1%, situando-se nos 978,7 milhões de euros, sustentado sobretudo pelo avanço de 26,9% da margem financeira (a diferença entre os juros cobrados em créditos e os juros pagos em depósitos) para 654,8 milhões. As comissões deram uma ajuda, somando 11,4%. Mas os resultados de operações financeiras, que tinham sido dinamizados em 2017 com operações de venda de dívida, deslizaram. O contributo positivo de 97,8 milhões até Setembro de 2017 compara com o ganho de 54,4 milhões no mesmo período deste ano.
O banco defende que o produto bancário recorrente – que não inclui os resultados de operações financeiras – aumentou em maior medida, 21,6%. E, aí, o crescimen- to do produto fica superior ao dos custos.
Só que o rácio de eficiência (cost-to-income) mede o peso dos custos no total do produto bancário. E, tendo em conta a evolução, o indicador situou-se em 47,5%, um agravamento de 1,8 pontos percentuais face aos 45,7% registados em Setembro de 2017, ainda antes da integração do Popular.
O banco acredita, contudo, que vai conseguir inverter esta tendência, mesmo contando com os indicadores não recorrentes. Vieira Monteiro adiantou que o objectivo é que o rácio de eficiência desça para 43% em 2020. O que tem de ser conseguido por duas vias: aumento do produto bancário (haverá, por exemplo, aumento de comissões em Janeiro, que o banco considera ser residual) e também redução de custos.
Até Dezembro, sairão 200 trabalhadores face ao final do ano passado e, no espaço de um ano, a terminar em Dezembro, haverá fusão de 100 balcões. Agências que ficarão com a marca Santander, sem o Totta, ainda que a denominação social, inscrita nos estatutos, permaneça Santander Totta. “É mais barato manter”, explicou o CEO.