Vicaima deslocaliza Global para Paredes por 16 milhões
O grupo de Vale de Cambra, um dos maiores fabricantes europeus de portas de interior, vai deslocalizar a sua unidade de madeiras e derivados de Matosinhos para Paredes, num investimento de 16 milhões de euros e que vai empregar 66 trabalhadores.
Ogrupo Vicaima assinou com a Câmara de Paredes um contrato de investimento para a instalação neste concelho, no lugar de Terronhas, freguesia de Recarei, de uma unidade fabril e logística destinada à industrialização e distribuição de madeiras e derivados.
Em causa está a deslocalização, de Matosinhos para Paredes, da Global Dis, que além do portefólio da Vicaima, vende outros produtos, como pavimentos e painéis, e tem uma unidade de criação de soluções costumizadas.
“Devido às alterações do processo logístico, a Global Dis precisa de concentrar as instalações”, sendo que o seu actual pólo, em Matosinhos, “irá ser destinado a outros usos”, explicou, ao Negócios, Arlindo Costa Leite, presidente da Vicaima. A auto-estrada A41 (CREP), que “proporciona excelentes acessibilidades”, foi uma das razões para a escolha da futura morada da empresa do gru- po com sede em Vale de Cambra.
“Paredes é um importante concelho na indústria do mobiliário e o Vale do Sousa é o maior centro da indústria no país”, enfatizou o empresário. Assim, sendo a Global Dis “uma das maiores fornecedoras de madeiras e derivados”, a “nova localização irá representar novas oportunidades de negócio para a empresa e para os seus clientes”, justificou.
O investimento estimado na construção das novas instalações da Global Dis em Paredes ultrapassa os 16 milhões de euros e deverá gerar 66 empregos, dos quais “cerca de 25” corresponderão à criação de novos postos de trabalho. A empresa adquiriu para o efeito um terreno com 82 mil metros quadrados, estando prevista a utilização, numa primeira fase, de 46 mil e com uma área coberta de 20 mil metros quadrados.
“A Global Dis é o nosso ‘braço comercial’ para a Península Ibérica e PALOP, factura cerca de 35 milhões de euros, dos quais 10 milhões são de produtos produzidos pela Vicaima”, explicou Arlindo Costa Leite, que adiantou que as novas instalações em Paredes “deverão estar operacionais em 2019”.
Em sede de incentivos para se instalar no concelho, a autarquia de Paredes concedeu à Global Dis isenção de derrama de IRC, até ao montante máximo de 20 mil euros, por um período de cinco anos, assim como a isenção em 50% do IMT e do IMI, até ao limite de 45 mil euros, por um período de cinco anos. Mais: a empresa pagará apenas um euro pelas taxas e licenças.
O contrato de investimento da Global Dis foi um dos quatro assinados na Câmara de Paredes, esta segunda-feira, que envolvem um total de 21,5 milhões de euros. “Estamos a diversificar o tecido industrial de Paredes, concelho conhecido e reconhecido como o maior produtor nacional de mobiliário. Os inves-
timentos vão ser distribuídos pelas zonas industriais de Lordelo, Rebordosa e Parada-Baltar, diversificando as apostas no contexto do território concelhio”, sublinhou o presidente da autarquia, Alexandre Almeida.
Portas corta-fogo valem metade da facturação
O grupo Vicaima é um dos maiores produtores europeus de portas de interior, empregando cerca de mil pessoas – 850 em Vale de Cambra, 140 no Reino Unido, onde detém uma unidade de “adaptação dos produtos às exigências dos clientes”, e uma dezena em Espanha.
Fechou o último exercício com uma facturação de 75 milhões de euros, com as exportações para três dezenas de países a valerem 95% do total. As portas corta-fogo geraram perto de metade das vendas. O Reino Unido é o seu principal destino (45%), mas o “Brexit” está a levar a empresa a reforçar a aposta em novos mercados – “é o caso dos Estados Unidos, que este ano já deverá valer 1,5 milhões de euros de vendas”, assinalou Arlindo Costa Leite – para permitir um crescimento global em 2018 estimado em 10%.