Jornal de Negócios

Preço dos bilhetes deve baixar com redução do IVA

Os promotores de espectácul­os culturais devem repercutir a redução do IVA de 13% para 6% no preço dos bilhetes, diz Jorge Lopes, dirigente da associação do sector, que defende o alargament­o do corte a todos os espectácul­os.

- JOÃO D’ESPINEY joaodespin­ey@negocios.pt Carlos Gonçalves

Os promotores de espectácul­os culturais deverão reduzir o preço dos bilhetes na sequência da redução da taxa do IVA de 13% para 6%. Quem o diz é Jorge Lopes, dirigente da Associação de Promotores de Espectácul­os, Festivais e Eventos (Apefe) e responsáve­l da PEV Entertainm­ent - empresa que organiza o Festival Meo Marés Vivas (MMV), entre outros eventos.

Questionad­o pelo Negócios sobre se os preços dos festivais de Verão vão baixar se for alargada a redução do IVA aos espectácul­os em recintos abertos, este responsáve­l do sector respondeu: “Sem dúvida que os promotores devem ter isso em conta. Noentanto, relembro que quando o IVA aumentou para 13% não houve subida dos preços. Mas nós iremos acompanhar esta descida. Podemos afirmar que o valor dos bilhetes para o MMV irá acompanhar esta reposição”.

Questionad­o sobre se o preço vai baixar se a a redução do IVA for só aplicada aos espectácul­os em recintos fechados, Jorge Lopes afirmou que irão “acompanhar esta reposição de igual forma”.

A redução da taxa do IVA está prevista na proposta de Orçamento do Estado para 2019 mas só abrange os espectácul­os de canto, dança, música, teatro e circo, desde que tenham lugar em recintos fixos de espectácul­o de natureza artística ou em circos ambulantes, não incluindo os eventos ao ar livre. A nova ministra da Cultura, Graça Fonseca, já admitiu alargar a descida do IVA a mais tipos de espectácul­os mas não concretizo­u. Mas a medida deverá mesmo avançar tendo em conta que o PSD, CDS e BE vão apresentar propostas nesse sentido.

Questionad­o sobre o que espera que saia do Parlamento, Jorge Lopes foi claro ao afirmar que “a única decisão possível é que a sra. ministra e o Parlamento não façam esta distinção” na medida em que “não faz qualquer sentido a não reposição do IVA em espectácul­os culturais em recintos improvisad­os”. Para o presidente da Apefe, “é importante que se assuma de uma vez que não estamos a falar de uma descida do IVA, mas sim de uma reposição da taxa de IVA que o Governo ante- rior, derivado da entrada da troika”. “Agora continua a não fazer sentido a exclusão de espectácul­os culturais realizados em recintos improvisad­os. Ou então esses mesmos espectácul­os apenas por serem realizados fora das salas de espectácul­os já não são Cultura? ”, questiona. Mas se parece haver consenso entre os partidos da Direita e o Bloco de Esquerda sobre o alargament­o da redução da taxa do IVA nesta matéria, já em relação às touradas não. O BE já anunciou até que vai apresentar uma proposta para elevar o IVA deste tipo de eventos para 23%.

Do lado do Governo, a julgar pelas declaraçõe­s de Graça Fonseca, não há disponibil­idade para equiparar as touradas aos outros espectácul­os .

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A proposta do Governo de redução do IVA não inclui os eventos ao ar livre.

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