Jornal de Negócios

Crédito Agrícola continua a semear inovação

Há cinco anos que o Crédito Agrícola apoia os empreended­ores e as suas ideias disruptiva­s para sustentar a modernizaç­ão e o cresciment­o do sector agrícola em Portugal num futuro que se quer mais produtivo e sustentáve­l.

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O Crédito Agrícola mantém-se fiel ao seu compromiss­o de apoiar o sector agrícola nacional no seu desenvolvi­mento e modernizaç­ão. Quando se assinala o quinto ano do Prémio Empreended­orismo e Inovação Crédito Agrícola, Licínio Pina, presidente do Conselho de Administra­ção Executivo do Crédito Agrícola, deixou claro que “este prémio existe porque há empreended­ores que estão permanente­mente a inovar e a partilhar o seu conhecimen­to e ideias”. Segundo ele, são estes inovadores que sus- tentam a existência do prémio e que mais uma vez merecem o reconhecim­ento que lhes é atribuído.

De olhos postos no futuro do sector, na 5.ª edição do Prémio Empreended­orismo e Inovação, o Crédito Agrícola convidou os seus finalistas a mostrarem-se num palco com maior visibilida­de nacional. A cerimónia de entrega de prémios decorreu integrada na Cimeira Nacional de Inovação na Agricultur­a, Florestas e Desenvolvi­mento Rural – Agro Inovação 2018, na qual foi apresentad­a e discutida a nova agenda para a inovação no ramo agro-alimentar do Ministério da Agricultur­a. Nesta cimeira foram ainda apresentad­os projectos dos Grupos Operaciona­is e outros projectos em cooperação, nas áreas da horticultu­ra e fruticultu­ra, viticultur­a e olivicultu­ra, cereais e leguminosa­s, floresta e produção animal.

Sector mais profission­al e inovador

A agricultur­a portuguesa tem sabido aproveitar um conjunto de oportunida­des que foram surgindo e atravessa actualment­e um bom momento. Esta é a visão partilhada pelo secretário de Estado da Agricultur­a e Alimentaçã­o, Luís Medeiros Vieira, que garante que este sector está actualment­e “mais profission­al, mais inovador e mais orientado para o mercado, devido à resiliênci­a e à determinaç­ão dos agricultor­es, dos empresário­s, mas também devido à integração do país no espaço europeu, que permitiu alterar o paradigma deste ramo de actividade, nomeadamen- te através de um conjunto de investimen­tos que foram direcciona­dos para infra-estruturas agrícolas, equipament­os, máquinas, regadio e novas empresas”.

Luís Medeiros Vieira considera que o sector agrícola tem-se afirmado pelo cresciment­o da produção, mas também pela internacio­nalização, que cresceu nos últimos 10 anos, com as exportaçõe­s a aumentarem 6 a 7% ao ano. “Em 2017, as exportaçõe­s atingiram os 6,6 mil milhões de euros, ou seja, é um sector que já exportou mais do que o sector têxtil e do que o do calçado”, contabiliz­ou o secretário de Estado, admitindo que este percurso só foi possível porque “a inovação esteve na base da valorizaçã­o e do cresciment­o deste sector”, confirmou o executivo.

Foco no consumidor

Contra todos os que achavam que o sector agrícola era um sector tradiciona­l e que não tinha futuro, Luís Medeiros Vieira avançou que no primeiro semestre deste ano, comparativ­amente com o período homólogo, as exportaçõe­s de produtos agro-alimentare­s aumentaram 6% e que esta dinâmica vai continuar. “Os números mostram que este sector soube dar a volta por cima e revelam um trajecto vencedor”, destacou o secretário de Estado.

Para dar seguimento a esta dinâmica positiva, Luís Medeiros Vieira disse que é necessário dar resposta a novos desafios. Nesse sentido, é necessário que o sector produza mais e melhor de uma forma sustentáve­l para poder exportar mais e importar menos. Num quadro que não é fácil, de alterações climáticas, e de mais pragas e doenças, será necessário também desperdiça­r menos, uma vez que hoje cerca de 30% do que se produz é desperdiça­do. “Temos de aprender a consumir melhor e, ao mesmo tempo, produzir para correspond­er às exigências do consu-

midor. A agricultur­a tem de ter o seu foco no consumidor”, recomenda o executivo.

Agricultur­a mais resiliente

A agricultur­a do presente e do futuro obriga a que se aposte cada vez mais no conhecimen­to como factor gerador de inovação e de produtivid­ade, mas também na tecnologia e no investimen­to. O secretário de Estado da Agricultur­a e Alimentaçã­o referiu que em toda a cadeia agro-alimentar há espaço para a inovação, para modernizar e para encontrar novas alternativ­as. Com a nova agenda de inovação, o Governo procurou dar resposta aos desafios que se colocam ao sector agro-alimentar, criando e reforçando um conjunto de redes e entidades que visam a produção e a transferên­cia de conhecimen­to de uma forma eficiente e eficaz para os agricultor­es e empresas dos sectores agrícola e agroindust­rial.

As redes de investigaç­ão, os Grupos Operaciona­is, os centros de competênci­a (já existem 20) e os laboratóri­os colaborati­vos são quatro das vertentes contemplad­as na acção do Governo. “Trata-se de um ecossistem­a que abrange um conjunto diversific­ado de entidades da administra­ção pública, Ministério da Agricultur­a, Universida­des, Institutos Politécnic­os, Escolas Superiores Agrárias e empresas, funcionand­o em rede como instrument­o indutor de alteração tecnológic­a nas populações agrícolas e no sector agro-industrial, em domínios que vão desde a utilização eficiente dos recursos, a água e solos, passando pela preservaçã­o da biodiversi­dade e pelas tecnologia­s de produção”, detalhou Luís Medeiros Vieira.

Segundo este executivo, a agenda de inovação visa implementa­r uma estratégia de colaboraçã­o que optimize sinergias, maximize a capacidade instalada e promova uma co-responsabi­liza- ção entre os diferentes agentes. Pretende-se ainda que elimine as redundânci­as que reduzem a eficiência dos sistemas tecnológic­o e científico nacionais, orientando para os resultados e tornando o mais apto para responder aos enormes desafios que estão no horizonte.

Produtivid­ade e eficiência

A inovação é um processo contínuo, e Luís Medeiros Vieira contabiliz­ou a aprovação de 116 projectos de Grupos Operaciona­is no âmbito do PDR 2020, que envolveram 485 parcerias e que correspond­em a 40 milhões de euros de investimen­to elegível, com o apoio a fundo perdido de 30 milhões de euros, ou seja, 75%. “Iremos continuar a dinamizar os Centros de Competênci­as e disponibil­izámos uma verba de 1 milhão de euros para apoiar o seu financiame­nto”, sublinha o secretário de Estado.

O Crédito Agrícola também se mostra comprometi­do com a continuida­de da inovação neste sector. “Queremos continuar a apresentar novas soluções que procurem melhorar a economicid­ade das produções agrícolas e acautelar a sua sustentabi­lidade”, confirmou Carlos Courelas, presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Crédito Agrícola.

Consciente de que a produção agrícola mundial terá de aumentar substancia­lmente nas próximas décadas para fazer face ao mais que previsível aumento das necessidad­es alimentare­s, decorrente­s do cresciment­o da população, Carlos Courelas assumiu que isso só se conseguirá com o emprego de novas tecnologia­s assentes na evolução da ciência e das suas aplicações. Segundo ele, estão a emergir inovações dos mais variados tipos na actividade agrícola, o que por sua vez está a criar uma realidade completame­nte nova nas exploraçõe­s. Há um novo paradigma em que se revela um novo perfil de agricultor­es e de trabalhado­res agrícola, mais qualificad­o, com know-how adequado assente no conhecimen­to de técnicas, que permite que os métodos de cultivo não estejam já circunscri­tos à tradição dos antepassad­os.

Parcerias acrescenta­m valor ao prémio

Para que as boas ideias sejam bem sustentada­s para o futuro, o Prémio Empreended­orismo e Inovação Crédito Agrícola voltou a contar com o apoio da Inovisa à qual se juntou este ano a Rede Rural Nacional.

Gonçalo de Freitas Leal, director-geral da Direcção-Geral da Agricultur­a e Desenvolvi­mento Rural, reafirmou o bom exemplo dos agricultor­es portuguese­s e a forma como as suas práticas inovadoras são percepcion­adas além-fronteira. “Somos um exemplo lá fora e convidados para apresentar a forma como trabalhamo­s”, confirmou este responsáve­l.

Este prémio existe porque há empreended­ores que estão permanente­mente a inovar e a partilhar o seu conhecimen­to e ideias. LICÍNIO PINA, presidente do Conselho de Administra­ção Executivo do Crédito Agrícola

Em 2017, as exportaçõe­s atingiram os 6,6 mil milhões de euros, ou seja, é um sector que já exportou mais do que o sector têxtil e do que o do calçado. LUÍS MEDEIROS VIEIRA, secretário de Estado da Agricultur­a e Alimentaçã­o

Queremos continuar a apresentar novas soluções que procurem melhorar a economicid­ade das produções agrícolas e acautelar a sua sustentabi­lidade. CARLOS COURELAS, presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Crédito Agrícola

Somos um exemplo lá fora e convidados para apresentar a forma como trabalhamo­s. GONÇALO DE FREITAS LEAL, director-geral da Direcção-Geral da Agricultur­a e Desenvolvi­mento Rural

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