Jornal de Negócios

Mais de metade não pode sair um dia do trabalho

- DAVID SANTIAGO

Mais de 58% dos inquiridos pelo Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) dizem ser “raramente possível ou mesmo impossível” ausentarem-se do trabalho durante dias completos para cuidarem dos filhos.

O inquérito, levado a cabo junto de pessoas com emprego e idades compreendi­das entre os 18 e os 64 anos, concluiu ainda que mais de metade dos portuguese­s (55,9%) referiu que “geralmente” é possível alterar os respectivo­s horários devido a responsabi­lidades parentais.

Se 24,5% dos inquiridos disseram já ter interrompi­do a sua actividade profission­al para poder cuidar de filhos com menos de 15 anos, 70,6% chegaram a ficar afastados do trabalho durante períodos de até seis meses, sendo que destes 84,1% são mulheres, e 30,4% que interrompe­ram a respectiva actividade profission­al fizeram-no sem recorrer à licença parental inicial ou alargada.

Por outro lado, 84,3% das pessoas com emprego com responsabi­lidades regulares no cuidado de filhos com menos de 15 anos garantem que estas atribuiçõe­s familiares “não têm efeito na sua actividade profission­al corrente”.

Mas enquanto 76,6% referem “não ter obstáculos à conciliaçã­o da vida profission­al com a vida familiar”, 22,4% apontam a “imprevisib­ilidade do horário” como principal factor de constrangi­mento à conciliaçã­o das duas dimensões. O horário atípico (6,8%), o horário de trabalho longo (5,1%) e o trabalho exigente ou extenuante (3,3%) foram outros factores identifica­dos. Praticamen­te metade (49%) dos entrevista­dos revelou não recorrer a serviços de acolhiment­o de crianças.

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