Jornal de Negócios

Centros de saúde e 1800 auxiliares passam para a gestão das autarquias

Dentro de duas semanas será aprovado o diploma que concretiza o processo de transferên­cia de competênci­as na área da Saúde. Hospitais, médicos e enfermeiro­s vão permanecer na esfera da Administra­ção central.

- SALOMÉ PINTO salomepint­o@negocios.pt António Cotrim/Lusa

nanceiro por parte do Orçamento do Estado”, revelou ao Negócios o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhado­res da Administra­ção Pública (SINTAP), José Abraão.

As grandes obras de requalific­ação, ampliação e construção de edifícios “continuarã­o sob a responsabi­lidade do Ministério da Saúde até à realização de contratos-programa com os municípios tal como ficou definido no diploma sectorial da Educação”, sublinhou Manuel Machado. “Em caso algum as câmaras irão arcar com as despesas totais de empreitada­s de tal envergadur­a”, garantiu.

Educação aprovada

Ontem, o Conselho de Ministros aprovou outra das pedras angulares da descentral­ização: o diploma-sectorial da Educação. O objectivo é que “as 278 autarquias do Continente assumam novas competênci­as já no próximo ano lectivo”, declarou o ministro Eduardo Cabrita.

Em causa, está a transferên­cia de “mil estabeleci­mentos escolares do 2.° e 3.° ciclos e secundário, O PCP vai avançar para a apreciação parlamenta­r de cada decreto-lei relacionad­o com o acordo para a descentral­ização, anunciou ontem o líder da bancada comunista, João Oliveira. “Descentral­izar é muito mais do que delegar tarefas ou desconcent­rar serviços. Descentral­izar implica não só transferir competênci­as, mas também transferir meios, poder para decidir, património associado e poder de fiscalizaç­ão. Não é isto que consta das leis impostas por PS e PSD em matéria de transferên­cia de competênci­as e de finanças locais”, justificou o deputado do PCP na conferênci­a de imprensa de conclusão das jornadas parlamenta­res do PCP no distrito de Santarém. “O processo de transferên­cia de competênci­as em curso não é sério nem rigoroso e, nesse sentido, suscitará na Assembleia da República a apreciação parlamenta­r de cada um dos diplomas sectoriais que procedam às transferên­cias de competênci­as”, disse.

3.500 edifícios e cerca de 43.000 trabalhado­res não docentes”, revelou Eduardo Cabrita. Segundo as estimativa­s do ministro, “com base no Orçamento de 2018”, a passagem destas novas competênci­as terá um envelope financeiro associado de cerca de “800 milhões de euros”, que depois será “actualizad­o muito provavelme­nte para valores acima deste montante”. As contas só “deverão estar fechadas em Março”, e as autarquias terão “até 30 de Abril para rejeitar as novas competênci­as no próximo ano lectivo”, esclareceu.

Os municípios que assumirem o leme da descentral­ização das escolas em Setembro do próximo ano terão não só que contratar e gerir o pessoal não docente como também tratar da gestão e manutenção do equipament escolar, dos refeitório­s, transporte­s, da acção social escolar e actividade­s extracurri­culares.

Aumentam para 17 os decretosle­i sectoriais aprovados pelo Governo de um total de 23. Faltam agora os diplomas da saúde, áreas portuárias, transporte fluvial, áreas protegidas, freguesias e apoio social.

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O diploma do Governo vai deixar de fora os hospitais, diz Manuel Machado.

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