Digitalização em Portugal é lenta
O estudo anual de benchmark elaborado pela IDC revela que 37% das organizações nacionais têm uma estratégia de transformação digital alinhada com a estratégia de negócio, enquanto nos Estados Unidos são 50% das empresas.
“AApesar da qualidade deste ano do Portugal Digital Awards ter superado em muito o que se observou no ano passado, temo que o progresso na digitalização na maioria das empresas nacionais seja ainda muito inicial, incremental face ao ‘status quo’ e acima de tudo de progressão lenta”, alertou Rui Pereira, VP of Digital Transformation da Outsystems e membro do júri.
Esta situação pode ser a porta de entrada de uma concorrência mais ágil e rápida que consiga adaptar-se e responder melhor junto dos consumidores e clientes. O co-fundador da Outsystems, um dos mais recentes unicórnios portugueses e avaliado em mais de mil milhões de dólares, incentiva “os líderes nacionais a olhar de forma muito estratégica e comprometida com o caminho da transformação dos seus negócios nos novos cenários competitivos pela qual todas as indústrias estão a passar. É difícil ver a relva a crescer mas sem dúvida que cresce, cresce e só conseguimos dar por isso quando a temos de cortar. No caso das empresas poderá ser tarde de mais”.
Gap digital
Gabriel Coimbra, Group Vice-President & Country Manager da IDC Portugal, concorda e refere que “ainda existe um grande gap entre a digitalização da economia nacional e a economia global, enquanto em Portugal prevemos em 2021 30% da economia nacional já esteja digitalizada, a nível global ultrapassará os 50%”. Na sua opinião terá sido “impulsionada pelas novas ofertas digitais, pela digitalização das operações e das cadeias de valor, assim como pela integração entre os canais físicos e digitais”.
Este gap entre a economia mundial e a nacional deve-se sobretudo ao facto de “grande parte das organizações nacionais ainda não conseguirem compreender a transformação digital de forma transversal”, refere Gabriel Coimbra. O que passa pela capacidade de repensar os processos, a experiência do ecossistema e o desenvolvimento de novos produtos e serviços com base nas tecnologias de 3ª Plataforma (soluções assentes em IoT, Inteligência Artificial, Impressão 3D, novos Interfaces Humanas/Digitais, Robótica e Blockchain) e com os Aceleradores de Inovação.
Para o responsável da IDC Portugal, os projectos digitais, de muitas organizações a nível nacional, são habitualmente processos isolados, que não estão alinhados com a estratégia de negócio e integrados num modelo que abranja toda a organização. “O estudo anual de benchmak elaborado pela IDC sobre o tema transformação digital ilustra isso mesmo, apenas 37% das organizações nacionais têm uma estratégia de transformação digital alinhada com a estratégia de negócio, versus quase 50% para as suas congéneres norte-americanas”, concluiu Gabriel Coimbra.
“Grande parte das organizações nacionais ainda não conseguirem compreender a transformação digital de forma transversal. GABRIEL COIMBRA Group Vice-President & Country Manager da IDC Portugal