A paixão do sucesso e o sucesso da paixão
Queres ter sucesso? Então, não sigas a tua paixão... é o conselho do investigador Cal Newport, na obra “So Good They Can’t Ignore”.
“Seguir a nossa paixão” é um mito, diz Newport. No começo da vida profissional, a maior parte das pessoas não tem nenhuma paixão especial por nenhuma actividade em concreto. Mas não é problema. Muita gente gosta de actividades variadas, gosta de trabalhar, de enfrentar desafios, aprender e descobrir o que faz melhor, e o que gosta apreciará mais entre tudo o que faz.
Pode acontecer, mas o mais comum, diz a investigação, é não ter uma paixão profissional desde muito cedo. Newport diz que não há provas de que o sucesso tenha relação com uma paixão anterior ao início da vida profissional. Antes pelo contrário. Em geral, a paixão pelo que fazemos emerge lentamente. Um dos casos referidos como alguém com uma paixão desde a sua juventude é Steve Jobs. Mas as biografias de Steve Jobs, defende Newport, mostram uma história diferente. Jobs não tinha uma paixão pelos computadores, nem sequer pela tecnologia. Aliás, chegou mesmo a ser despedido de um trabalho tecnológico por… desinteresse. Steve Jobs tinha, no entanto, uma maneira de ser decisiva para o sucesso: estava atento, procurava oportunidades para uma vida significativa. E os computadores surgiram à sua frente. O resto é conhecido e é uma lição: não nos preocuparmos tanto com a nossa paixão, desde pequeninos… O caminho é outro: trabalhar e aprender, estar atento, aprender de novo, gostar e trabalhar mais, apaixonadamente, para ter um impacto, para ser relevante para os outros e para melhorar o mundo. Essa é a paixão que conta. Coluna semanal à sexta-feira