Jornal de Negócios

A paixão do sucesso e o sucesso da paixão

- FERNANDO ILHARCO

Queres ter sucesso? Então, não sigas a tua paixão... é o conselho do investigad­or Cal Newport, na obra “So Good They Can’t Ignore”.

“Seguir a nossa paixão” é um mito, diz Newport. No começo da vida profission­al, a maior parte das pessoas não tem nenhuma paixão especial por nenhuma actividade em concreto. Mas não é problema. Muita gente gosta de actividade­s variadas, gosta de trabalhar, de enfrentar desafios, aprender e descobrir o que faz melhor, e o que gosta apreciará mais entre tudo o que faz.

Pode acontecer, mas o mais comum, diz a investigaç­ão, é não ter uma paixão profission­al desde muito cedo. Newport diz que não há provas de que o sucesso tenha relação com uma paixão anterior ao início da vida profission­al. Antes pelo contrário. Em geral, a paixão pelo que fazemos emerge lentamente. Um dos casos referidos como alguém com uma paixão desde a sua juventude é Steve Jobs. Mas as biografias de Steve Jobs, defende Newport, mostram uma história diferente. Jobs não tinha uma paixão pelos computador­es, nem sequer pela tecnologia. Aliás, chegou mesmo a ser despedido de um trabalho tecnológic­o por… desinteres­se. Steve Jobs tinha, no entanto, uma maneira de ser decisiva para o sucesso: estava atento, procurava oportunida­des para uma vida significat­iva. E os computador­es surgiram à sua frente. O resto é conhecido e é uma lição: não nos preocuparm­os tanto com a nossa paixão, desde pequeninos… O caminho é outro: trabalhar e aprender, estar atento, aprender de novo, gostar e trabalhar mais, apaixonada­mente, para ter um impacto, para ser relevante para os outros e para melhorar o mundo. Essa é a paixão que conta. Coluna semanal à sexta-feira

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