Jornal de Negócios

Science4yo­u entra na bolsa à boleia do Natal

A Science4yo­u foi a última empresa a anunciar o desejo de entrar em bolsa. E se o faz na época de Natal, não é por acaso. Quer capitaliza­r a atenção de que é alvo por esta altura.

- ANA BATALHA OLIVEIRA anabatalha@negocios.pt

ONatal é uma época feliz para os negócios de qualquer empresa de brinquedos. Na Science4yo­u, espera-se que o sucesso que a empresa atravessa nesta época se manifeste também na operação de entrada em bolsa que têm planeada. “Obviamente esta é a altura que para nós faz mais sentido avançar, pois é também quando as pessoas estão mais despertas para a importânci­a dos brinquedos”, explicou o CEO, Miguel Pina Martins, à margem do anúncio que fez da operação, no Web Summit.

Aoperação, que pode chegar aos 15 milhões de euros e representa­r uma dispersão de 45% do capital, terá “uma parte muito significat­iva para aumento de capital” – 8,25 milhões de euros –, a qual servirá para desenvolve­r “uma forte componente internacio­nal” e a aposta no ecommerce, afirmou Pina Martins. Para o líder da empresa, o comércio online é “o futuro dos brinquedos” e no qual espera ver crescer as vendas. O restante capital virá dos títulos detidos pelos actuais accionista­s, com “a maior parte” a abdicar de uma fatia da sua posição, embora nenhum se retire na totalidade ou em mais de 50%, garante o CEO.

Para alcançar estes objectivos, a Science4yo­u conta sobretudo com os investidor­es de retalho. O CEO quer que “os clientes que têm comprado Science4yo­u nos últimos 10 anos possam também participar no cresciment­o” da empresa, diz, pelo que “um investidor institucio­nal pode também investir, vai é ter de ir à tranche que está no retalho”. Aúnica restrição que colocam é um tecto de investimen­to de dois milhões de euros.

A data da operação é incerta, embora Miguel Pina Martins conte começar a subscrição em dois meses. A partir daí, a empresa está dependente do mercado e da aprovação do regulador. “Vamos trabalhar para que seja o mais rápido possível, veremos o que conseguimo­s fazer”, prometeu.

Raize é a “estrela-guia”

No universo de empresas que se têm lançado para o mercado de capitais este ano, a Science4yo­u inspirou-se numa que se estreou com brilho, a Raize. “ARaize acaba por ser um bocadinho o ‘trigger’ para nos dizer que é isto que queremos fazer. É uma operação muito mais parecida com a nossa [do que a da Sonae MC] e permite-nos olhar para ela e dizer que é possível”, confessou Miguel Pina Martins.

O “sucesso muito grande” que viu na operação da Raize permite à Science4yo­u olhar para este processo com “com muita positivida­de”. O cenário oposto verificou-se para a Sonae MC, cuja operação esteve marcada para o passado mês de Outubro, mas foi cancelada alegando condições “extremamen­te” adversas. Confrontad­o com esta situação, o líder da empresa de brinquedos assume que há “sinais, que vamos ter de interpreta­r, e vamos ter de estar muito atentos ao que o mercado disser nos próximos dois meses”, mas mostra-se confiante pelas diferenças que o afastam da retalhista do universo Sonae.

No caso da Sonae MC, estava em causa uma OPVde 400 milhões, substancia­lmente maior que os 15 milhões que são o tecto para a Science4yo­u. Já a Raize avançou em Julho com uma operação avaliada em 1,5 milhões de euros e na qual a procura foi quatro vezes superior à oferta. Três meses depois, mantinha-se sólida nos ganhos, apesar das quebras generaliza­das entre as cotadas nacionais.

Para mais, a Sonae é uma empresa “já de há algum tempo”, argumenta Pina Martins. AScience4y­ou tem agora 10 anos de existência e conta, neste momento, com escritório­s em Lisboa e no Porto. Aempresa exporta regularmen­te para mais de 60 países e conta com uma linha de mais de 500 brinquedos científico­s e educativos, além de se dedicar à organizaçã­o de festas de aniversári­o, campos de férias científico­s, workshops de ciência em escolas e ATL, bem como à formação de jovens e docentes.

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Pina Martins quer que “os clientes que têm comprado Science4yo­u nos últimos 10 anos possam participar” no seu cresciment­o.

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