Bloco e PCP juntos contra maioria absoluta do PS
O Bloco de Esquerda quer fazer parte do próximo governo, assim o voto popular o permita. Foi esta a ideia mais marcante da XI Convenção do Bloco de Esquerda, que teve lugar este fim-de-semana. Para chegar a esse objectivo é preciso evitar a todo o custo uma maiora absoluta do PS, que foi o principal alvo das críticas. Um propósito que une o Bloco e o PCP.
“Não nos perguntem por isso se queremos fazer parte do próximo governo que ainda não foi eleito, porque temos a certeza de que alcançaremos a força para ser parte de um governo quando o povo quiser”, disse Catarina Martins, a coordenadora do partido, no discurso de encerramento.
Antes, já Mariana Mortágua tinha dito que o Bloco está preparado para fazer parte de um futuro executivo: “Estamos prontos! Somos uma força capaz, uma força de propostas e de coragem”.
Para cumprir este desígnio, o Bloco concentra esforços em evitar uma maioria absoluta do PS nas legislativas do próximo ano. O governo foi muito criticado nos vários discursos, com Catarina Martins a dizer que “a política mudou porque o PS não teve maioria absoluta e por- que cresceu a força da esquerda”.
Também o PCP tem diabolizado essa possibilidade. No domingo, após a convenção do Bloco, o dirigente comunista Armindo Miranda afirmou que “sempre que o PS teve maioria absoluta infernizou mais os portugueses”. “Não é uma afirmação gratuita, basta ir ver os factos da vida passada”, disse citado pela Lusa.
No seu habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes considerou que “um Governo PS/BE, presidido por António Costa, é um objectivo impossível”.