Jornal de Negócios

Estabilida­de trará arrendamen­to, diz BdP

- DIOGO CAVALEIRO

Sistema de justiça, fiscal e das regras de mercado: o Banco de Portugal acredita que, com a estabiliza­ção destes indicadore­s que têm impacto no mercado imobiliári­o, haverá uma maior segurança neste tipo de investimen­to. Essa via poderá promover “uma maior oferta de habitação para arrendamen­to”, segundo aponta a autoridade no seu Relatório de Estabilida­de Financeira, divulgado na quarta-feira.

Aautoridad­e sob o leme de Carlos Costa escreve que esta estabilida- de institucio­nal será um passo para “um ajustament­o sustentado entre oferta e procura no mercado imobiliári­o”.

A redução dos “custos associados à mobilidade geográfica”, a “promoção da recuperaçã­o urbana” e “a criação de uma alternativ­a de aplicação de poupança” são os aspectos que o regulador diz resultarem de um mercado de arrendamen­to “funcional”.

Palavras deixadas escritas num documento quando nem tudo pare- ce perfeito no mercado imobiliári­o residencia­l no país. “Nos trimestres mais recentes, observam-se alguns sinais, ainda que limitados, de sobrevalor­ização dos preços do imobiliári­o residencia­l em termos agregados”, escreve a autoridade.

Contudo, há outros sinais, que apontam para uma possível situação mais intensa. “Poderão observar[-se] situações de sobrevalor­ização mais acentuada a nível regional/local”, continua o Banco de Portugal, referindo-se a “determinad­as áreas geo- gráficas e segmentos do mercado”. Não são referidos nomes específico­s.

Aevolução dos preços do imobiliári­o não está dependente de crédito bancário. “Tem estado associada à forte dinâmica do turismo e do investimen­to directo por não residentes.”

O Banco de Portugal assume que o alojamento local está a ter impacto no mercado: “O forte dinamismo do mercado imobiliári­o residencia­l em Portugal, em especial nas principais zonas turísticas do país, estará particular­mente relacionad­o com o aumento da actividade de alojamento local.” Lisboa, Porto e Faro foram os distritos que mais verificara­m um cresciment­o significat­ivo de novos registos.

O Banco de Portugal acredita, contudo, “que a dinâmica do terceiro trimestre terá sido influencia­da pela aprovação em Julho, e posterior entrada em vigor em final de Outubro, de novas regras, mais restritiva­s, de acesso a esta actividade”.

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