Estabilidade trará arrendamento, diz BdP
Sistema de justiça, fiscal e das regras de mercado: o Banco de Portugal acredita que, com a estabilização destes indicadores que têm impacto no mercado imobiliário, haverá uma maior segurança neste tipo de investimento. Essa via poderá promover “uma maior oferta de habitação para arrendamento”, segundo aponta a autoridade no seu Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado na quarta-feira.
Aautoridade sob o leme de Carlos Costa escreve que esta estabilida- de institucional será um passo para “um ajustamento sustentado entre oferta e procura no mercado imobiliário”.
A redução dos “custos associados à mobilidade geográfica”, a “promoção da recuperação urbana” e “a criação de uma alternativa de aplicação de poupança” são os aspectos que o regulador diz resultarem de um mercado de arrendamento “funcional”.
Palavras deixadas escritas num documento quando nem tudo pare- ce perfeito no mercado imobiliário residencial no país. “Nos trimestres mais recentes, observam-se alguns sinais, ainda que limitados, de sobrevalorização dos preços do imobiliário residencial em termos agregados”, escreve a autoridade.
Contudo, há outros sinais, que apontam para uma possível situação mais intensa. “Poderão observar[-se] situações de sobrevalorização mais acentuada a nível regional/local”, continua o Banco de Portugal, referindo-se a “determinadas áreas geo- gráficas e segmentos do mercado”. Não são referidos nomes específicos.
Aevolução dos preços do imobiliário não está dependente de crédito bancário. “Tem estado associada à forte dinâmica do turismo e do investimento directo por não residentes.”
O Banco de Portugal assume que o alojamento local está a ter impacto no mercado: “O forte dinamismo do mercado imobiliário residencial em Portugal, em especial nas principais zonas turísticas do país, estará particularmente relacionado com o aumento da actividade de alojamento local.” Lisboa, Porto e Faro foram os distritos que mais verificaram um crescimento significativo de novos registos.
O Banco de Portugal acredita, contudo, “que a dinâmica do terceiro trimestre terá sido influenciada pela aprovação em Julho, e posterior entrada em vigor em final de Outubro, de novas regras, mais restritivas, de acesso a esta actividade”.