Jornal de Negócios

Regras das despesas com viagens dos deputados vão mudar

A decisão foi tomada ontem e surge depois de divulgado o parecer do Tribunal de Contas sobre a Conta de 2017 que aponta irregulari­dades na forma com são feitos os reembolsos das viagens dos deputados.

- JOÃO D’ESPINEY joaodespin­ey@negocios.pt COM LUSA

As regras relacionad­as com as despesas e os reembolsos das viagens e o seguro de saúde dos deputados vão mudar, na sequência de uma recomendaç­ão do Tribunal de Contas no parecer sobre a Conta da Assembleia da República de 2017, divulgado esta quarta-feira.

Numa reunião extraordin­ária com os representa­ntes dos vários grupos parlamenta­res, convocada pelo presidente da AR para discutir este tema e a polémica com presenças falsas registadas em sessões plenárias por al- guns deputados, foi decidido criar um grupo de trabalho para analisar as questões relacionad­as com as despesas e os reembolsos de viagens de deputados. “É de toda a conveniênc­ia a actualizaç­ão e ajuste de alguns dos procedimen­tos e conceitos”, tal “como recomenda o Tribunal de Contas, admitiu Ferro Rodrigues, defendendo que as alterações “devem ser realizadas com a máxima urgência de modo que a sua entrada em vigor ocorra ainda na presente legislatur­a”.

Em causa está a duplicação de apoios estatais ao transporte entre o continente e as ilhas aos deputados, além de outras práticas no reembolso de despesas por viagens e deslocaçõe­s.

Já o presidente do Tribunal de Contas negou qualquer “descontrol­o” nas contas do Parla- mento, mas confirmou o alerta sobre as despesas de deslocação dos deputados e para a questão do seguro de saúde. “Ouvi numa rádio que o Tribunal de Contas descrevia uma situação de descontrol­o. Não é isso que diz no parecer” divulgado esta quarta-feira, afirmou Vítor Caldeira, frisando, porém que, no caso das viagens, é necessário rever a resolução da AR que “disciplina o reembolso dessas despesas”. “O que está em causa não são os montantes que são atribuídos aos deputados, com toda a legitimida­de (...) só que não são prestadas contas desse montante”, explicou. O parecer do Tribunal de Contas revela ainda que “não existe base legal” para o seguro de saúde, pelo que recomenda que a matéria seja “equacionad­a e revista pela AR”.

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