Jornal de Negócios

Lisboa reforça meios para fiscalizar alojamento local

Casas para turistas já ocupam 41% do centro histórico | Travão afecta procura nos bairros tradiciona­is | Banco de Portugal alerta para sobrevalor­ização dos preços

- MANUEL ESTEVES mesteves@negocios.pt

Entrevista a Manuel Salgado

“Num mês, opusemo-nos a 27 novos alojamento­s”

Apesar de a inscrição de novas unidades de alojamento local estar suspensa nos bairros históricos, o sistema continua a aceitar registos. Fiscalizaç­ão está a ser feita sobretudo por georrefere­nciação, mas a câmara admite que precisará de mais gente a fiscalizar no terreno.

Desde que, a 9 de Novembro, foi suspensa a abertura de novas unidades de alojamento local nas freguesias do centro histórico de Lisboa (abrangidas pelas zonas de contenção), a Câmara de Lisboa tem estado a controlar à distância a abertura de novas unidades de arrendamen­to a turistas. A localizaçã­o das novas inscrições que aparecem no Registo Nacional do Alojamento Local (RNAL) é verificada através de um sistema de georrefere­nciação e caso se situem nas áreas de suspensão, o registo é rejeitado.

Esta é, no entanto, uma solução com alcance limitado e a autarquia prepara-se para reforçar as equipas de fiscalizaç­ão, admitiu ao Negócios o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado. “Temos de reforçar a nos- sa capacidade de fiscalizaç­ão para garantir a gestão deste processo”, disse numa curta entrevista.

Se é verdade que o número de registo é fundamenta­l para publicitar os imóveis no Airbnb, isso já não acontece noutras plataforma­s como o Booking, que dispensa esta informação. Por outro lado, a câmara também está desperta para o problema dos arrendamen­tos informais, feitos à margem das plataforma­s. Aí, a fiscalizaç­ão tem de ser feita no terreno.

Para já, e perante a falta de pessoal nesta área, a câmara conta com as denúncias que parte dos próprios moradores e das associaçõe­s e empresário­s de alojamento local, mas Manuel Salgado admite que será preciso ir mais longe e reforçar as equipas de fiscais no terreno. “Se queremos controlar a situação, temos de caminhar progressiv­amente nesse sentido”, disse.

27 CANCELAMEN­TOS A câmara tem vindo a cancelar novos registos feitos em zonas de contenção e que o sistema continua a aceitar.

Câmara já rejeitou 27 novas unidades

Apesar de estar suspensa a abertura de novas unidades, e tal como escreveu o DN, continua a ser possí-

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 ?? João Cor tesão ?? O verador do Urbanismo, Manuel Salgado, admite que, para já, a fiscalizaç­ão está a ser feita sobretudo com recurso a georrefere­nciação.
João Cor tesão O verador do Urbanismo, Manuel Salgado, admite que, para já, a fiscalizaç­ão está a ser feita sobretudo com recurso a georrefere­nciação.

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