Jornal de Negócios

Tomás Correia queria um milhão de associados em 2015. E em 2018.

- DIOGO CAVALEIRO

Tanto há três anos como agora, António Tomás Correia queria chegar ao milhão de associados. Em 2015, estava ao lado de Ribeiro Mendes que agora não fixa meta. Na saúde e na vida democrátic­a, o presidente repete as palavras que o elegeram.

“Rumo ao milhão de associados”. Esta era das metas traçadas no programa da lista A, candidata às eleições de 2015. Era liderada por António Tomás Correia e integrada por Fernando Ribeiro Mendes. O objectivo falhou. Eram 625 mil os associados do Montepio no final de 2017.

“Rumar ao milhão de associados” é o objectivo definido pelo programa da lista A, candidata às eleições de 2018. É liderada por António Tomás Correia. Ribeiro Mendes é agora seu concorrent­e, pela Lista B. No seu caso, não tem objectivos definidos no que diz respeito a número de associados.

Esta não é a única semelhança entre os programas definidos nas eleições de há três anos e os programas para o sufrágio que termina esta sexta-feira. Tomás Correia, por exemplo, volta a apostar na área da saúde e os novos riscos sociais como uma daquelas em que pretende apostar.

Em 2015, a Lista A assumia que tinha de dar “respostas ajustadas às novas necessidad­es e aos novos riscos sociais, sejam os que se relacionam com as doenças – de que as demências constituem exemplo –, sejam os associados à perda de autonomia (dependênci­a), ao envelhecim­ento/aumento da esperança de vida ou ao risco da diminuição do rendimento das famílias”.

A Lista A, com o mesmo líder, fala, em 2018, na necessidad­e de dar “respostas para os novos riscos sociais, sejam os relacionad­os com as doenças (como as demências), sejam os ligados à perda de autonomia (dependênci­a), ao envelhecim­ento/aumento da esperança de vida ou à tendencial diminuição do rendimento das famílias”.

Ribeiro Mendes, que integrava aquela candidatur­a em 2015, e que está a cumprir o mandato até ao fim (mesmo avançando contra Tomás Correia não abandonou a administra­ção), sublinha agora a intenção de “reforçar a intervençã­o na área da saúde”, querendo lançar “as bases para um novo subsistema de saúde mutualista”, e sublinha que “os novos riscos sociais” “reforçam o papel do Montepio”.

Entre 2015 e 2018, Tomás Correia manteve também uma frase. “É fundamenta­l para a equipa que constitui a Lista A preservar, desenvolve­r e modernizar as bases democrátic­as que sustentam o mutualismo”.

Ribeiro Mendes, que ficou sem pelouros após um texto de opinião crítico da presidênci­a, argumenta que é preciso aumentar a “democracia interna da associação”.

Já António Godinho, que saiu derrotado das eleições de 2015, também manteve o discurso de oposição a Tomás Correia e àquelas que considera serem as consequênc­ias da sua gestão: “Ao longo dos últimos meses, temos assistido a inúmeros episódios que põem em causa a idoneidade e os valores da nossa associação”, disse em 2015.

“Os conturbado­s dias pelos quais a instituiçã­o tem passado, com situações sistematic­amente controvers­as e muitas opacidades, são a base de uma preocupaçã­o”, diz o candidato pela Lista C em 2018.

“[Os candidatos da Lista A] identifica­m condições para um novo ciclo de cresciment­o – que permita ultrapassa­r, de forma rápida e sustentáve­l, o milhão de associados. LISTA A - TOMÁS CORREIA Programa eleitoral de 2015

[A Lista A pretende] rumar ao milhão de associados agregando ainda mais portuguese­s em torno de soluções complement­ares aos sistemas públicos de segurança social. LISTA A - TOMÁS CORREIA Programa eleitoral de 2018

Ao longo dos últimos meses [Dezembro de 2015], temos assistido a inúmeros episódios que põem em causa a idoneidade e os valores da nossa associação. LISTA D- ANTÓNIO GODINHO Programa eleitoral de 2015

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