Sindicatos querem é discutir aumentos salariais
O Governo resolveu agendar uma série de assuntos para a primeira reunião com os sindicatos da Função Pública desde a aprovação do Orçamento do Estado. Mas segundo o dirigente sindical José Abraão, o ponto mais interessante da ordem de trabalhos é o terceiro: “Outros assuntos.”
O Orçamento do Estado para 2019 foi aprovado em votação final global sem que o Governo assumisse o modelo de aumentos salariais em 2019, o que segundo a lei não deveria, “tendencialmente”, ter acontecido.
Após nove anos de congelamento, e já depois de o Governo ter prometido aumentar salários em 2019, “deveríamos estar neste momento a analisar a possibilidade de actualizações remuneratórias”, diz Helena Rodrigues, presidente do STE, sublinhando que os funcionários arriscam perder poder de compra.
“Queremos saber que aumentos salariais haverá e que medidas estão a ser inscritas na versão final do orçamento para sabermos com que podemos contar”, refere também José Abraão, da Fesap, que tem criticado o facto de as propostas de alteração à lei do orçamento não terem sido discutidas com os sindicatos.
O ministro das Finanças anunciou há meses que quer dedicar uma verba de 50 milhões de euros aos aumentos salariais no Estado, montante que reiterou durante as negociações na especialidade do orçamento.
Para esse montante, segundo explicou no início de Outubro, em declarações ao jornal Público, existem três cenários: aumentos de 5 euros para todos, aumentos de 10 euros para os que ganham até 835 euros ou aumentos de até 35 euros apenas para quem ganha 635 euros.
O primeiro-ministro, António Costa, tinha afirmado em entrevista à TVI que prefere concentrar os aumentos nos salários mais baixos do Estado.