Jens Spahn Conservador do futuro
“A CDU precisa de uma real mudança geracional.
O actual ministro da Saúde é o mais jovem dos candidatos (38 anos) e é também aquele que dispõe de menores possibilidades de vitória. Quando, já este ano, foi escolhido por Merkel para o seu derradeiro governo, essa decisão foi observada como mais uma jogada da chanceler para “apagar” mais um adversário interno.
À semelhança de Friedrich Merz, também Spahn vem do mundo da banca e oferece um caminho distinto relativamente à CDU dos últimos anos, mais à direita e mais conservador. Tendo assumido a liderança do bloco mais crítico da chanceler no seio da CDU, Spahn apostou, antes de ir para o governo, numa retórica com pinceladas populistas, designadamente em questões relacionadas com imigrantes ou política europeia. Todavia, o ressurgimento de Merz retirou-lhe boa parte dos apoios da facção mais à direita do partido, reduzindo a margem de actuação do titular da pasta da Saúde.
Católico e gay, é um político polarizador, desde logo porque tem também uma veia conservadora muito vincada, o que por vezes leva a contradições entre discurso e prática. Mesmo perdendo esta eleição, para a qual surge como o candidato menos cotado, terá seguramente outras oportunidades no futuro. Schäuble já disse que Spahn é uma das principais “esperanças” para o futuro da CDU. A juventude de Spahn é, porém, uma faca de dois gumes, já que parte da CDU considera que ele é ainda muito novo para liderar o país e, consequentemente o governo federal.