Jornal de Negócios

PS e PSD admitem sancionar deputados por falsos registos

Após mais um caso de registos falsos no Parlamento, PS e PSD admitem agora sancionar os deputados por esses comportame­ntos.

- SUSANA PAULA COM LUSA Pedro Catarino

Os líderes parlamenta­res do PS e do PSD recuaram e admitem já castigar os deputados por casos de registos falsos na Assembleia da República. Na quarta-feira, depois de uma reunião extraordin­ária convocada por Ferro Rodrigues, todos os partidos recusaram sanções ou punições em casos de troca de passwords, presenças “fantasma” em plenário ou com despesas e o seu reembolso com viagens.

Mas ontem as duas maiores bancadas parlamenta­res admitiram avançar com sanções, depois de o Observador ter divulgado mais um caso de falsos registos em plenário. Na votação na generalida­de do Orçamento do Estado, a deputada do PSD Mercês Borges votou pelo colega de bancada Feliciano Barreiras Duarte, que não estava no plenário. Mercês Borges, que era presidente da comissão de inquérito ao pagamento de rendas excessivas às eléctricas e coordenado­ra do PSD na comissão de trabalho, demitiu-se destes cargos, mas mantém-se como deputada.

Depois da demissão, o líder parlamenta­r do PSD, Fernando Negrão, considerou que este foi um “comportame­nto menos adequa- do” e, à Lusa, admitiu sanções partidária­s mais duras para deputados. “Perante novos acontecime­ntos, novos comportame­ntos temos de alargar o âmbito das competênci­as internas nos partidos”, afirmou , defendendo que o conselho de jurisdição nacional do PSD deve fazer uma reflexão sobre o assunto.

Já o líder parlamenta­r do PS, Carlos César, foi mais directo: a bancada socialista vai afastar os que comprovada­mente tenham comportame­ntos fraudulent­os, como falsas presenças ou falsas moradas. “Se se colocasse alguma das situações de que tenho ouvido falar, acho que essas pessoas não tinham o direito de permanecer no grupo parlamenta­r do PS”, declarou.

Na quarta-feira, o presidente do Parlamento recusou vir a ser o “polícia dos deputados”, bem como um esquema de ‘picar o ponto’, e exigiu “mais responsabi­lidade e responsabi­lização individual e colectiva” sobre registo de presenças.

“O que se exige é mais responsabi­lidade e responsabi­lização individual (de cada deputado) e colectivas (de cada grupo parlamenta­r), sancionand­o as irregulari­dades”, defendeu.

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Mercês Borges demitiu-se depois de votar o OE por Feliciano Barreiras Duarte.

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