Jornal de Negócios

Ausência de acordo para cortar produção afunda cotações do petróleo

Ao contrário do que era esperado pelos analistas, a reunião de membros da OPEP terminou sem acordo. A decisão foi adiada para o encontro desta sexta-feira.

- NUNO CARREGUEIR­O PATRÍCIA ABREU

A expectativ­a era de que os membros da OPEP (Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo) aprovassem esta quinta-feira, em Viena, um corte de produção de grande dimensão. Mas a reunião terminou sem qualquer acordo e os preços da matéria-prima reagiram em forte queda. O “ouro negro” chegou a desvaloriz­ar mais de 5%, para se aproximar dos mínimos de Outubro de 2017 registados na semana passada.

O ministro da Energia da Arábia Saudita já tinha revelado durante a manhã que ainda não existia acordo para o cartel e os seus aliados reduzirem a produção da matéria-prima e defendeu que apenas é necessário efectuar um “corte moderado”. E o dia terminou mesmo sem qualquer entendimen­to em relação ao ritmo de produção do cartel, levando o “ouro negro” a afundar.

À hora de fecho desta edição, o barril de Brent descia 3,33% para 59,51 dólares, mas chegou a perder 5% para 58,36 dólares, já perto do mínimo de Outubro de 2017 fixado na semana passada. Já o WTI, em Nova Iorque, cedia 3,2% para 5,18 dólares.

Os membros da OPEP decidiram esperar pelo encontro desta sexta-feira com os produtores externos ao grupo, que incluem a Rússia (OPEP+), para tomar a decisão final. O ministro da Energia da Arábia Saudita (e voz mais influente da OPEP) disse aos jornalista­s, antes da reunião em Viena, que está em cima da mesa a aplicação de um corte de produção entre 500 mil e 1,5 milhões de barris por dia.

Mas não está fechado qualquer acordo e a Rússia ainda não revelou o que pretende fazer.

Al-Falih considerou “adequado” um corte global (OPEP+) de um milhão de barris por dia, um volume considerad­o “modesto” e que fica abaixo do esperado pelo mercado, que aguardava uma redução de pelo menos 1,3 milhões de barris. Esta declaração do ministro saudita esteve a contribuir para a desvaloriz­ação das cotações, já que estava a ser estimada uma acção concertada de maior dimensão para travar a descida recente da matéria-prima nos mercados internacio­nais.

BRENT EM MÍNIMOS DE MAIS DE UM ANO

O Brent, negociado no mar do Norte, descia mais de 3%, à hora de fecho desta edição, para os 58,36 dólares. Mas chegou a cair mais de 5% para se aproximar de mínimos de Outubro de 2017.

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