A “irritante” falta de clareza no Montepio…
O Montepio não tem descanso. Tanto o banco como a associação mutualista têm andado nas bocas do mundo pelas piores razões. Ou é a entrada de acionistas sem perfil para o setor (Santa Casa da Misericórdia), ou são as acusações de falta de transparência nas eleições, ou são os processos (contraordenação) do Banco de Portugal contra Tomás Correia, ou são as investigações da PGR...
Esta semana a instituição voltou a ser notícia pelas piores razões. Em pleno período eleitoral para a mutualista, alguém organizou o lançamento de um livro em que surgem como oradores pessoas das listas de Tomás Correia e… imagine-se… o ministro Vieira da Silva.
Quando o Expresso deu a notícia, o gabinete do ministro esclareceu que este não estariapresente. Mas atransparênciaficou por aqui: o ministro deu o seu aval à participação no evento e, posteriormente, voltou atrás? Silêncio. Foi aorganização que, abusivamente, divulgou o seu nome? Niente.
O assunto tem relevância? Tem. A presença de Vieira da Silva ao lado do líder de uma lista que se candidata pela quarta vez pode ser entendida como apoio ao candidato.
Toda a gente já percebeu que o PS, parte do PSD e umas quantas personalidades têm o rabo preso por alguma coisa na relação com o Montepio. O que ainda não se percebeu é se o ministro, que tem dificuldade em afastar-se destas ligações perigosas, está refém dos interesses do PS ou de outra coisa. Mas era bom que isso ficasse claro. A menos que não fosse para ouvirmos Vieira da Silva garantir que não cauciona situações duvidosas. Sendo que “duvidosas” é um grande eufemismo.
Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico