Trabalhar concentrado
As interrupções, a variedade, o multitasking, etc., de alguma forma, são um novo normal no dia-a-dia profissional. Trabalhar bem, rápido e com qualidade não é fácil.
Estima-se que no sector dos serviços, o de maior peso nas sociedades contemporâneas, mais de metade do tempo de trabalho se esteja online; a responder a emails, a ler, a ver, a ouvir material na internet; e nem todo o tempo é trabalho. Mas é possível ser produtivo.
Facilitar a concentração é a ideia de fundo. Cal Newport, na obra “Deep Work”, sugere várias estratégias; vejamos as três mais interessantes. A primeira estratégia é a “monástica”. Trata-se de eliminar todo o tipo de dis- tracções, isolando-se, como um monge. Nada mais, senão o trabalho; nem emails, nem telefone, nem internet, nem cafezinho… Difícil, mas resulta.
A segunda estratégia é a bimodal. Atribuir tempos específicos a diferentes tarefas, e cumpri-los. Esgotado o tempo, desligar do que se estava a fazer e ir para a tarefa seguinte; que pode ser um ir tomar um café, ir ao ginásio, responder a emails. Chave é desligar e mudar.
A terceira estratégia é a rítmica. Trata-se de dividir o tempo em blocos de 90 minutos e levar a cabo uma actividade por bloco. Resulta com muito boa gente.
São estratégias simples, que resultam em produtividades mais altas, mas requerem método e vontade. Os rituais podem ajudar, por exemplo, ter o nosso espaço de trabalho profundo; ouvir determinadas músicas quando estamos a trabalhar concentrados; ir buscar um café, sentar, respirar fundo e aí vamos.
Para o ritual ser eficaz é importante repetir, repetir intencionalmente durante alguns dias e algumas semanas, até que ganhe força e crie o ambiente que desencadeia a concentração. E não se esqueça, para ser produtivo precisa também de descansar.