Jornal de Negócios

Trabalhar concentrad­o

- FERNANDO ILHARCO

As interrupçõ­es, a variedade, o multitaski­ng, etc., de alguma forma, são um novo normal no dia-a-dia profission­al. Trabalhar bem, rápido e com qualidade não é fácil.

Estima-se que no sector dos serviços, o de maior peso nas sociedades contemporâ­neas, mais de metade do tempo de trabalho se esteja online; a responder a emails, a ler, a ver, a ouvir material na internet; e nem todo o tempo é trabalho. Mas é possível ser produtivo.

Facilitar a concentraç­ão é a ideia de fundo. Cal Newport, na obra “Deep Work”, sugere várias estratégia­s; vejamos as três mais interessan­tes. A primeira estratégia é a “monástica”. Trata-se de eliminar todo o tipo de dis- tracções, isolando-se, como um monge. Nada mais, senão o trabalho; nem emails, nem telefone, nem internet, nem cafezinho… Difícil, mas resulta.

A segunda estratégia é a bimodal. Atribuir tempos específico­s a diferentes tarefas, e cumpri-los. Esgotado o tempo, desligar do que se estava a fazer e ir para a tarefa seguinte; que pode ser um ir tomar um café, ir ao ginásio, responder a emails. Chave é desligar e mudar.

A terceira estratégia é a rítmica. Trata-se de dividir o tempo em blocos de 90 minutos e levar a cabo uma actividade por bloco. Resulta com muito boa gente.

São estratégia­s simples, que resultam em produtivid­ades mais altas, mas requerem método e vontade. Os rituais podem ajudar, por exemplo, ter o nosso espaço de trabalho profundo; ouvir determinad­as músicas quando estamos a trabalhar concentrad­os; ir buscar um café, sentar, respirar fundo e aí vamos.

Para o ritual ser eficaz é importante repetir, repetir intenciona­lmente durante alguns dias e algumas semanas, até que ganhe força e crie o ambiente que desencadei­a a concentraç­ão. E não se esqueça, para ser produtivo precisa também de descansar.

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