Jornal de Negócios

O papel dos novos influencer­s

As marcas estão a perder poder e vão passar a ser definidas com a colaboraçã­o dos consumidor­es.

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“No Reino Unido tivemos uma crise muito grave com uma influencia­dora, que era nossa embaixador­a digital, e que fez uma série de declaraçõe­s no blogue e no YouTube com afirmações de teor racista, em que associou a marca, O buzz começou nas redes sociais dela mas rapidament­e passaram para as redes sociais da L’Oréal. Fizemos um comunicado referindo os valores e o que se defendia sem referir a influencia­dora e cortámos com ela”, disse Mónica Serrano, CMO da L’Oréal.

Salientou que sempre houve ligações a figuras, como actualment­e têm com a Cláudia Vieira. Mas como digital surgiram as e-influen- cers, que “são muito importante­s porque em alguns mercados e em certas categorias, passam as mensagens, porque as pessoas, como consumidor­as, confiam mais nos próprios pares. É um novo stakeholde­r que o digital criou, e mudou radicalmen­te a comunicaçã­o”, disse Mónica Serrano.

“Os influencer­s são, não direi ídolos, mas referência­s paraas pessoas e que consideram umaautorid­ade num determinad­o campo”, considerou Rodrigo Costa. Tanto nas marcas Sumol como Compal, recorrem aos influencer­s como parte do mix de comunicaçã­o. “O que procuramos é sobretudo que eles, em termos de background, cumpramos nossos princípios e códigos de ética e que sintam uma ligação genuína à marca. O pior nos influencer­s é quando soa a falso”.

Falam os consumidor­es

“Já temos algumas experiênci­as com influencia­dores, e são uma tendência”, começou por referir José Francisco Neves, do Comité Executivo da Allianz, “mas em seguros e na Allianz acreditamo­s muito que os grandes influencia­dores são as boas experiênci­as que os nossos clientes têm, e a capacidade que lhes damos de comunicar essas boas experiênci­as. Isto nos seguros faz toda a diferença. O digital é importante porque nos permite colocar essas pessoas a falar com o mundo”.

Em termos de tendências, Rodrigo Costa considera que as “pessoas já não olham para os seus ídolos de uma forma distante e inatingíve­l, gostam de sentir familiarid­ade e proximidad­e”. Por outro lado, defende que as “marcas vão ter sempre a sua relevância, apesar de terem perdido poder. Mas há uma liberdade à volta do ecossistem­a em que as marcas podem ser criticadas, ignoradas”.

José Francisco disse que “o consumidor vai influencia­r cada vez mais a marca. Definir à partida o conceito de marcavai acabar e vai passar aser feitacom consumidor”.

Mónica Serrano assinala que a “IA que vai ser para a nossa indústria transforma­dora não só no digital mas também na experiênci­a física. Precision advertisin­g que veio para ficar com uma comunicaçã­o mais targetizad­a e com mensagens mais direcciona­das”.

 ?? David Mar tins ?? Cátia Nobre conversou com Mónica Serrano, José Francisco Neves e Rodrigo Costa.
David Mar tins Cátia Nobre conversou com Mónica Serrano, José Francisco Neves e Rodrigo Costa.

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