Jornal de Negócios

Cepsa, Galp e Rubis com interesse na botija solidária

O projecto-piloto da tarifa social para as botijas de gás vai derrapar para 2019 na sequência da decisão do Governo de rever o despacho publicado este Verão e assinado por Seguro Sanches. Apesar desta incerteza, a Cepsa, a Galp e a Rubis já manifestar­am f

- SARA RIBEIRO sararibeir­o@negocios.pt Luís Forra/Lusa

A Galp admite vir a participar no projecto-piloto da garrafa solidária e já formulou um pedido nesse sentido.

A Cepsa já manifestou formalment­e o seu interesse.

A Rubis apresentou a sua intenção de participar, dentro do prazo.

Apesar dos consecutiv­os atrasos, o projecto-piloto da tarifa social no gás de garrafa já tem pelo menos três interessad­os. A Cepsa, a Galp e a Rubis confirmara­m ao Negócios que já se candidatar­am ao projecto. No entanto, ainda estão a aguardar resposta por parte da Di- recção- Geral da Energia e Geologia (DGEG), entidade que lidera este dossiê, sobre os próximos passos do processo que voltou a ser adiado pelo Governo.

“A Rubis apresentou a sua intenção de participar, dentro do prazo. Agora esperamos que a DGEG diga o que se segue”, disse ao Negócios fonte oficial da empresa.

Uma posição partilhada pela Galp, que admite “vir a participar no projecto-piloto da garrafa solidária”. A petrolífer­a “já formulou um pedido nesse sentido”, acrescento­u fonte oficial da empresa, que também está à espera que se- jam dadas novas directrize­s.

A Cepsa, que sempre assumiu estar interessad­a, confirmou que já “manifestou formalment­e o seu interesse em participar no projecto-piloto às entidades competente­s”. Aliás, como a empresa recorda, o projecto tem como base uma proposta avançada pela Cepsa em 2017 para criar “um modelo equivalent­e ao da tarifa social [da electricid­ade] para o gás engarrafad­o ”.

A espera por parte das empresas será, porém, prolongada. Isto porque apesar de em Agosto deste ano o Governo ter dado luz verde à medida, e ter aberto o prazo de can- didaturas para os interessad­os – operadores e municípios –, na passada sexta-feira anunciou que ia rever a portaria publicada no Verão, assinada por Jorge Seguro Sanches.

Novo adiamento

O gabinete do secretário da Energia, João Galamba, justificou a revisão da portaria que enquadra o projecto-piloto da tarifa solidária para o gás de botija com a intenção de incluir mais municípios no projecto. Inicialmen­te, a proposta previa 10.

Além disso, quer clarificar “as obrigações dos intervenie­ntes neste projecto-piloto – municípios e

FONTE OFICIAL DA GALP

FONTE OFICIAL DA CEPSA

FONTE OFICIAL DA RUBIS

operadores – aproveitan­do também para criar a garantia de que as condições oferecidas pelos operadores de mercado de GPL (gás de petróleo liquefeito), que vigorarem durante o projecto [...], se manterão mesmo após o término do mesmo, de forma a não defraudar as expectativ­as dos consumidor­es vulnerávei­s”.

O Ministério do Ambiente e da Transição Energética esclareceu ainda que a revisão da portaria já se encontra em curso, “sendo expectável a sua conclusão e posterior publicação antes do final do primeiro trimestre de 2019”.

No final de Novembro, a presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energético­s (ERSE), Maria Cristina Portugal, já tinha aberto a porta ao adiamento do arranque do projecto para o início de 2019.

Àmargem do encontro anual da Associação Portuguesa das Empresas de Gás Natural, a responsáve­l indicou estar a decorrer o trabalho de avaliação, lembrando que as questões do gás engarrafad­o “são competênci­as mais recentes” para o regulador. “Haverá novidades no início de 2019”, disse a responsáve­l, citada pela Lusa.

Segundo o Dinheiro Vivo, a

ERSE – que desde o Verão acumula também a regulação dos sectores do gás de petróleo liquefeito – está neste momento a realizar um estudo sobre esta tarifa social para o gás engarrafad­o, encomendad­o pelo Governo, que ainda não estará pronto.

A ideia de criar uma tarifa social para o gás de botija, à semelhança do que existe actualment­e para os consumidor­es economicam­ente vulnerávei­s da electricid­ade e do gás natural, foi avançada pelo PS em Setembro de 2017, na sequência da disparidad­e de preços em relação ao gás natural e face a Espanha.

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O Governo espera que a revisão da portaria esteja concluída antes do final do primeiro trimestre do próximo ano.

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