Tecnológica PDM quer ir para a bolsa em 2019
O grupo nacional PDM está a constituir uma sociedade gestora de participações sociais na preparação para avançar para a bolsa em 2019. Assume que não é conhecido em Portugal, mas promete mudar essa realidade com os projectos em curso.
Ogrupo PDM (Projecto Desenvolvimento Manutenção), que está a constituir uma sociedade gestora de participações sociais (SGPS), tem como projecto chegar à bolsa em 2019. Ainda não está definido a bolsa em que o capital será disperso, mas Luís Miguel Campos, que passou de CEO a “chairman” da sociedade este ano, acredita que no próximo ano o grupo PDM, de tecnologias, estará pronto para dar esse passo, até porque tem projecções de crescimento grandes, muito por via dos projectos europeus que foram aprovados.
O embrião da sociedade nasceu em 1991 quando Luís Miguel Campos estudava no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, mas só em 2001 – quando este responsável voltou do doutoramento nos Estados Unidos da América – é que as operações começaram verdadeiramente.
O grupo surgiu em 2008, mas como conceito, não como SGPS, que será agora constituída, para agregar “de forma mais eficaz” todas as participadas. A PDMFC, que é a empresa por onde tudo começou, manter-se-á, mas como sociedade dedicada à investigação.
Com os projectos em mãos e o plano de abrir, em 2019, filiais noutros países, o grupo vê na entrada em bolsa uma forma de capitalização para o futuro, até a pensar em eventuais aquisições.
Em 2019, por outro lado, a empresa acredita que alguns dos projectos europeus estarão em fase de demonstração e colocarão, por isso, o grupo PDM no mapa. Luís Miguel Campos espera ter em 2019 “resul- tados muito bons” nalgumas dessas iniciativas. O responsável admite que neste momento o grupo até é mais conhecido junto de grandes empresas lá fora, como construtores automóveis ou de aviação, com quem já tem projectos conjuntos. Mas com outras demonstrações acabará conhecido. Luís Miguel Campos acredita que com o investimento feito nos últimos anos o grupo conseguirá crescer organicamente a taxas até de três dígitos (100%). “Mas há áreas em que não queremos inventar a roda”. E aí pode até avançar com aquisições, aliás como tem acontecido na vida da empresa.
Depois de ter realizado um volume de negócios de 27 milhões de euros em 2017, esperando este ano ficar perto dos 30 milhões, o grupo admite avançar para os 50 milhões de euros no ano seguinte. “Se não chegar a esse valor ficaria muito desapontado”, disse, em entrevista ao Negócios, o agora “chairman” da empresa, orgulhando-se dos resultados que foram sempre positivos, “desde o primeiro ano”. E não justifica este desempenho pela falta de risco, até porque, diz, “arriscamos bastante, mas acima de tudo somos extremamente poupados”. Um dos seus lemas de gestão é “investir não mais do que é preciso”. Luís Miguel Campos não esconde que o grupo tem sabido, sempre, financiar-se junto de projectos europeus, obten- do fundos comunitários.
Internacionalização
A maior empresa do grupo é a Go4Mobility, que está com um volume de negócios a rondar os 20 milhões de euros, e para esta sociedade até já receberam várias propostas de compra, mas que foram sendo rejeitadas. Mesmo agora têm uma oferta em cima da mesa, que seguirá o mesmo caminho das anteriores.
A Go4Mobility é uma das sociedades do grupo que está internacionalizada, mas todo o grupo aproveita os escritórios fora do país para os vários negócios. Actualmente o grupo tem escritórios em Moçambique, Espanha e Brasil – “o país mais
“A PDMFC será o braço de investigação do grupo. LUÍS MIGUEL CAMPOS “Chairman” da PDM e director de investigação e desenvolvimento
difícil do mundo” –, e parceiros na Áustria, Alemanha e Suíça. O objectivo é estender a outros países. Estão já previstos escritórios na Grécia, Chipre, Itália, Roménia e Polónia e nos EUA, na Califórnia.
Projectos em mãos
O grupo PDM assegura ter cerca de 10 projectos a decorrer ou já aprovados. Projectos europeus de investigação e dos quais espera ter frutos nos próximos anos. Em áreas diversas. Um dos que poderão ser mais falados é o de gestão de drones à distância, que pode ser aplicado a vários serviços; ou o que no turismo vai permitir a realização de viagens virtuais; ou ainda os projectos ligados à
quinta geração móvel. Está também a avançar em projectos de “blockchain” e na área da saúde. Luís Miguel Campos não esconde a agilidade da empresa nestas candidaturas. “Somos bons na utilização dos fundos quer do QREN, quer do Portugal 2020, aproveitamos bastante”, assume ao Negócios. E muitos dos projectos que são desenvolvidos dentro da empresa acabam por originar “spin off”. A Go4Mobility é um exemplo disso mesmo. “Primeiro foi o desenvolvimento interno e depois abrimos a empresa quando tivemos a certeza de que havia interesse do mercado”, explica Luís Miguel Campos, concluindo: “Achamos que é este o caminho.”