Jornal de Negócios

“Há uma solução que se concretiza no imediato se a Autoeuropa quiser usar Sines”

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A fábrica de Palmela levantou duas questões para poder carregar em Sines, numa altura em que decorre uma paralisaçã­o no porto de Setúbal, diz a ministra do Mar: as poeiras da central de carvão e o pavimento com gravilha. “São duas intervençõ­es que se corrigem no espaço de uma semana”, diz Ana Paula Vitorino.

Já disse que o Governo está a trabalhar em soluções, designadam­ente no caso da Autoeuropa, que sejam alternativ­as a Setúbal. Que soluções são essas?

Estamos a criar redundânci­as em todo o país. Podem existir variadíssi­mas razões – não só greves, mas pode haver algum acidente – que impeçam a continuaçã­o da utilização de um determinad­o terminal. O país não pode estar cativo de uma única solução. Por isso, no que diz respeito ao ‘ro-ro’ [‘roll-on/roll-off’], ou seja, carga ou descarga de viaturas ligeiras, estamos a criar redundânci­as. É possível hoje fazê-lo em Setúbal e em Leixões, mas é possível também fazê-lo noutros portos. Estamos a começar já o processo de concretiza­ção de um novo terminal, uma nova posição de carga e descarga de viaturas no porto de Sines em condições que possam garantir toda a fiabilidad­e e a máxima qualidade. Também existem alternativ­as, que normalment­e estão longe do que as pessoas ligadas à economia ponderam como solução, como o porto de Portimão, que normalment­e associamos ao recreio, está também preparado para receber navios ‘ro-ro’.

A Autoeuropa poderá começar a embarcar em Sines, isto é, a questão da central de carvão não é um problema? Há peritos que dizem que pode ser um problema no caso das viaturas ligeiras?

Sim, mas há uma solução que se concretiza imediatame­nte se a Autoeuropa entender que quer e que pode utilizar aquele terminal. Tem a ver com a colocação de filtros. Há uns técnicos que dizem que não é preciso, mas o cliente é que tem de dizer quais são as condições que exi- ge para a utilização do terminal. A Autoeuropa entende que a proximidad­e ao terminal de carvão não garante as condições ambientais suficiente­s para ser utilizado pelas suas viaturas. Isso tem solução. Aliás, havia duas questões que eram levantadas: uma questão era as poeiras e a outra era o pavimento, que tem gravilha e, portanto, não seria convenient­e. É verdade. São duas intervençõ­es que se corrigem no espaço de uma semana.

Numa semana, se a paralisaçã­o em Setúbal continuar, a Autoeuropa pode usar Sines?

Se a Autoeuropa manifestar o seu interesse em utilizar aquele terminal, pode no prazo de uma sema- na começar a fazê-lo porque são intervençõ­es muito rápidas. O que estou a dizer é que, além disso, para que não exista nenhuma questão dessa natureza, para a Autoeuropa ou para outro utilizador, está a ser já iniciado o processo de construção de um novo terminal. Em Aveiro e Portimão, não é preciso ser feita nenhuma intervençã­o apenas depende do navio que vier carregar ou descarrega­r as viaturas. Se forem compatívei­s com os fundos, podem utilizar em qualquer momento. Está tudo preparado para serem utilizados esses terminais. Estas redundânci­as são do interesse económico, ou seja, não tem a ver com uma greve. São úteis em qualquer circunstân­cias.

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