Jornal de Negócios

“Espero investimen­to nacional em todas as obras portuárias”

A ministra do Mar diz que além de grupos chineses, indianos e europeus, também operadores portuários nacionais se estão a movimentar para concorrere­m, a sós ou em consórcio, aos projectos dos novos terminais.

- MARIA JOÃO BABO mbabo@negocios.pt ROSÁRIO LIRA, ANTENA 1 MIGUEL BALTAZAR Fotografia

Aministra do Mar aponta o lançamento dos concursos para os novos terminais portuários de Sines e Barreiro para o próximo ano, reconhecen­do que a avaliação tem demorado mais tempo do que se previa. E mostra-se confiante que surjam muitos concorrent­es.

O Presidente chinês esteve recentemen­te em Portugal e já muito se tem falado sobre as intenções do investimen­to chinês nos portos. Vamos ter capital chinês em Sines?

Espero ter investimen­to estrangeir­o e nacional em todas as obras que vão ser lançadas. Neste momento não posso garantir qual vai ser a nacionalid­ade do capital, porque vão ser lançados concursos públicos internacio­nais, e ganham os melhores. O que posso garantir é que existe uma manifestaç­ão de interesse muito forte por parte das empresas chinesas e também se reconhece um interesse estratégic­o de Portugal naquilo que é a nova Rota da Seda, em que a entrada e a saída para o Atlântico pode ser Portugal. Aliás, não existem alternativ­as aos portos portuguese­s.

Está certa de que grupos chineses irão concorrer?

Eles irão concorrer e não é só a Sines [ao futuro terminal Vasco da Gama], mas a vários concursos. Além dos terminais que vamos lançar, há mais obras a decorrer e a ser lançadas. Aliás, já foram feitos investimen­tos de cerca de 300 milhões de euros na área portuária, en- globando todo o tipo de portos.

A consulta pública do projecto do terminal do Barreiro ter- minou. Quando haverá condições para lançar o concurso?

Vamos ver como é a declaração de impacte ambiental (DIA) porque o procedimen­to só está dependente disso. Muitas vezes as DIA são favoráveis, mas condiciona­das à execução de determinad­as medidas. Às vezes impõem-se condições que têm de ser incorporad­as nas peças do concurso.

Os concursos só serão lançados no próximo ano?

Sim. As avaliações de impacte ambiental têm demorado mais tempo do que os mínimos previstos. Mas neste momento para o terminal Vasco da Gama e o terminal do Barreiro existe agora uma perspectiv­a de já terem uma solução ambientalm­ente viável. Trata-se de uma questão de mais um ou dois meses. E também relativame­nte a Leixões, em que vai ser feito um novo terminal, com maior profundida­de, que vai permitir o acesso de navios com maior calado. Será feito em duas partes: por um lado, temos o prolongame­nto do molhe e o aprofundam­ento do canal e da bacia de rotação e, por outro lado, temos a construção e a concessão do próprio terminal.

“Já foram feitos investimen­tos de cerca de 300 milhões de euros na área portuária.”

“As avaliações de impacte ambiental têm demorado mais do que os mínimos previstos.”

E espera que haja muitos concorrent­es interessad­os nesses novos terminais?

Espero, sinceramen­te. Tem havido manifestaç­ões de interesse frequentes, nomeadamen­te de empre-

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