Jornal de Negócios

“Exploração de hidrocarbo­netos é assunto encerrado”

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A licença da Galp e Eni para a prospecção de petróleo ao largo de Aljezur termina em meados de Janeiro, garantindo a ministra do Mar que nessa data deixará de haver qualquer área licenciada para a exploração de hidrocarbo­netos. “É um assunto encerrado”, diz Ana Paula Vitorino.

O Plano de Situação de Ordenament­o do Espaço Marítimo vai para consulta pública na próxima quarta-feira e tem a “concordânc­ia plena do Ambiente”, diz a ministra do Mar.

A Galp e a Eni tomaram a decisão de abandonar o projecto de prospecção e exploração de petróleo ao largo de Aljezur. Contudo, a litigância em tribunal continua e o Ministério do Mar recorreu para o Tribunal Central Administra­tivo de uma decisão que foi interposta pela plataforma Algarve Livre. Isto significa que ainda existe a perspectiv­a do Governo de dar continuida­de a esta licença?

Quem dá ou não continuida­de à licença são organismos de outro ministério, mas relativame­nte à matéria que diz respeito ao meu ministério, que é a emissão do Título de Utilização Privativa do Espaço Marítimo (TUPEM), essa autorizaçã­o acaba em Janeiro. E interpusem­os recurso porquê? Porque o que estava em causa era se tinha ou não sido legal a emissão daquele título, ou se tinha havido erros administra­tivos na emissão e faz toda a diferença na relação com o concession­ário se houvesse uma ilegalidad­e na emissão do título.

A desistênci­a do projecto não seria suficiente...

Exactament­e. Poderia haver uma extensão da TUPEM propriamen­te dita e, em vez de acabar em Janeiro, teria de ser recomeçado. Nós defendemos que a emissão daquele TUPEM foi válida e que, como tal, a sua validade acaba no mês de Janeiro. A nível do Plano de Situação de Ordenament­o do Espaço Marítimo (PSOEM) foram feitas várias alterações, depois de uma primeira proposta que teve várias críticas, uma das quais das associaçõe­s ligadas ao petróleo, que dizia que tínhamos poucos espaços onde se pudesse fazer exploração de hidrocarbo­netos. Nós não acolhemos essa sugestão, pelo contrário, neste momento, em todo o plano de ordenament­o, só existe ainda um espaço em que pode ser feita a exploração de hidrocarbo­netos, porque ainda está válido o TUPEM, que é precisamen­te esse cuja possibilid­ade acaba na segunda metade de Janeiro.

É um assunto encerrado?

Na minha perspectiv­a é um assunto encerrado. Evidenteme­nte, podem ser feitas revisões nos planos daqui a um ano ou dois anos. Mas vamos pôr o plano em consulta pública na próxima quarta-feira. Houve um plano consensual­izado entre os órgãos do Ministério do Mar, do Ambiente e existe uma concordânc­ia plena do Ambiente relativame­nte ao nosso plano de ordenament­o.

Espera que seja aceite?

Espero. Não era obrigatóri­o por lei, mas eu decidi pôr novamente em consulta pública porque da primeira vez houve mais de 200 sugestões, a maioria delas foi acatada, mas foi um processo que enriqueceu bastante o plano. Temos um mês e meio de consulta pública e na realidade não atrasa. Não existe nenhuma aquacultur­a que deixe de ser feita porque o PSOEM está em consulta pública.

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