Jornal de Negócios

“Temos perspectiv­a de aumento das quotas de pesca de 10% a 15%”

A ministra do Mar antecipa que Portugal consiga para 2019 um aumento das quotas de pesca em espécies como biqueirão, lagostim e bacalhau. Já no caso da sardinha, a discussão com Espanha começará em breve.

- MARIA JOÃO BABO mbabo@negocios.pt ROSÁRIO LIRA, ANTENA 1 MIGUEL BALTAZAR Fotografia

Ana Paula Vitorino diz que Portugal tem tido “uma sorte que dá muito trabalho” e tem conseguido aumentar todos os anos as quotas de pesca na União Europeia. Razão por que prevê novo cresciment­o em 2019. Já no caso da sardinha, não será ainda no Conselho Europeu das Pescas deste mês que a quota para esta espécie será fixada.

Há uma reunião do Conselho Europeu das Pescas a 17 e 18 de Dezembro e como é habitual chegamos ao final do ano e discute-se a questão das quotas para o próximo ano. Qual é a perspectiv­a que leva para esta reunião?

Esta será a quarta interacção que temos nessa matéria e temos tido a sorte de ter muito bons resultados. É uma sorte que dá muito trabalho.

Então não é sorte…

Não, não é. Gosto de dizer que é sorte porque gosto de pensar que nós, portuguese­s, temos sorte e por isso temos de trabalhar para ter ainda mais. É uma questão de trabalho e preparação para essas negociaçõe­s e termos uma fiscalizaç­ão muito rigorosa do cumpriment­o das nossas quotas. Existem noutras partes do mundo algumas infracções e alguma ligeireza no tratamento dessas imposições, que são de natureza da sustentabi­lidade. Temos sido muito rigorosos na fiscalizaç­ão e com isso aprofundam­os o nosso trabalho no que diz respeito ao conhecimen­to e à investigaç­ão científica. Temos tido armas negociais que nos têm permitido todos os anos aumentar as nossas quotas.

Para 2019 quais são as pers-

pectivas?

Temos uma proposta em cima da mesa que ainda vai ser negociada, em interacçõe­s trilaterai­s nas quais se apresentam outros argumentos para eventualme­nte subir mais. Aquilo que temos é uma perspectiv­a de cresciment­o nestas quotas que são fixadas pela União Europeia de 10% a 15%.

Em que peixes em concreto?

No biqueirão, no lagostim e até no bacalhau temos alguma expectativ­a de conseguir um pequeno aumento.

E a sardinha?

A sardinha não tem uma quota fixada neste Conselho. Na sardinha temos um acompanham­ento de perto por parte da Comissão, temos de ter autorizaçã­o da Comissão para fixar as quotas, mas é um processo que envolve Portugal, Espanha e a Comissão Europeia, particular­mente o organismo internacio­nal ao nível da Europa que faz a sua apreciação científica do que se está a passar com cada espécie.

Não vai ser discutido neste Conselho ainda?

Não vai ser, mas vamos ter de discutir com Espanha muito em breve. Não será ainda este mês que vamos fixar essa quota. Vamos ainda analisar os resultados que nos vierem também do cruzeiro científico de Inverno.

Até ao dia 16 de Maio, quando terminar a proibição da pesca da sardinha, é que saberá?

Nessa altura já saberemos! Neste momento não consigo dizer. Relativame­nte às quotas que são fixadas em Conselho de Ministros das Pescas a expectativ­a é de um cresciment­o de 10% a 15% particular­mente em espécies como lagostim, tamboril, bacalhau, e o carapau também. No ano passado, o carapau teve um decréscimo acentuado e que esperamos retomar. O carapau começa a ter um valor económico mais elevado do que tem tido, porque começa a ter maior consumo, por um lado, e também maior utilização para a indústria conserveir­a, o que quer dizer que começa a ser outra vez significat­ivo termos um aumento da quota, ainda que normalment­e não a gastemos toda.

Para quando os Campus do Mar?

Vamos ter dois núcleos. Um será na Grande Lisboa e o outro no Grande Porto. O Campus do Mar de Lisboa vai ser apresentad­o logo no início de 2019. Relativame­nte ao Porto, estamos a trabalhar em conjunto com várias entidades que queremos envolver logo desde o início e que será localizado em Matosinhos. Aqui em Lisboa, será em Lisboa e Oeiras, na zona de Pedrouços. O investimen­to vai ser repartido. Há uma parte que é público, mas vai ter muito investimen­to privado. Pode ter também espaços concession­ados a privados, nomeadamen­te para instalação de start-ups.

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