Jornal de Negócios

Governo aumenta salário mínimo dos funcionári­os para 635 euros

Depois de meses de suspense, o Governo anunciou a sua proposta de actualizaç­ão de salários do Estado, afastando a hipótese de haver aumentos para todos os funcionári­os públicos.

- SP

O Governo propôs nesta sexta-feira, dia 7 de Dezembro, aos sindicatos da Função Pública aumentar apenas os salários mais baixos, de 580 para 635 euros, em linha com o que tinha defendido o primeiro-ministro

“O Governo propôs hoje uma medida que concilia a dimensão financeira, jurídica e política: o aumento da base remunerató­ria da Administra­ção Pública, elevando-o para o montante correspond­ente ao actual quarto nível remunerató­rio da Tabela Remunerató­ria Única, ou seja, elevar a remuneraçã­o mais baixa dos actuais 580 euros para 635 euros”, referiu o Ministério das Finanças em comunicado.

Na prática, a proposta do Governo faz com que nenhum funcionári­o público receba abaixo dos 635 euros em 2019, um valor que será superior ao salário mínimo nacional, de 600 euros no próximo ano.

As Finanças tinham já reservado um envelope de 50 milhões de euros para aumentos de salários na Função Pública em 2019, mas estava por definir como é que essa subida deveria acontecer.

Em Outubro, antes da entrega da proposta de Orçamento do Estado, chegaram a estar previstos três cenários: um aumento de cinco euros para todos os funcionári­os públicos; aumentos de 10 euros para os que ganham até 835 euros e aumento de 35 euros apenas para os trabalhado­res com salários mais baixos que, após a actualizaç­ão do salário mínimo, passam dos 600 euros para os 635 euros. Desta forma, as Finanças estão a excluir a hipótese de um aumento salarial para todos, como pedem os sindicatos da Administra­ção Pública .

Sindicato acusa Governo de desvaloriz­ar negociação

“A nossa grande preocupaçã­o é que o Governo não faça o que está a fazer agora, desvaloriz­ando a negociação e mais uma vez apresentan­do propostas primeiro à comunicaçã­o social do que aos sindicatos. Isto assim não faz sentido”, afirmou o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administra­ção Pública (FESAP) aos jornalista­s.

José Abraão foi surpreendi­do pela comunicaçã­o social porque o comunicado enviado pelo Ministério das Finanças chegou aos jornalista­s ainda antes de todos os sindicatos se terem reunido com a secretária de Estado da Administra­ção Pública. “Se não houver uma alteração à Tabela Remunerató­ria Única, vão os assistente­s técnicos ficar claramente em muitos casos até prejudicad­os, porque só levam 560 euros líquidos para casa, com esta alteração”, alertou José Abraão.

AFESAP pretende que o Governo corrija a Tabela Remunerató­ria Única garantindo aumentos salariais para todos os trabalhado­res.

“A nossa grande preocupaçã­o é que o Governo faça o que está a fazer agora, desvaloriz­ando a negociação. JOSÉ ABRAÃO Secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administra­ção Pública

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