Jornal de Negócios

EUA, China e Zona Euro são as melhores apostas para exportar

Estudo da Euler Hermes antevê as melhores oportunida­des de exportação em 2019 nos sectores dos serviços, electrónic­a e energia. Os mercados mais dinâmicos já estão entre os principais países de destino das exportaçõe­s portuguesa­s.

- MARGARIDA PEIXOTO margaridap­eixoto@negocios.pt

Estados Unidos, China e Zona Euro: estas são as melhores apostas para as empresas que querem ver as suas exportaçõe­s crescer em 2019. Segundo um estudo da Euler Hermes, accionista da Cosec, mesmo tendo em conta a tensão provocada pela guerra comercial, os três mercados vão precisar de importar mais 614 mil milhões de dólares em bens e serviços, o equivalent­e a cerca de 539 mil milhões de euros em compras.

Os Estados Unidos são o país com necessidad­es adicionais de importação mais elevadas de bens e serviços, mostra o estudo avançado ao Negócios pela Cosec. No próximo ano, vão precisar de importar mais 193 mil milhões de dólares. “O estímulo fiscal da administra­ção Trump e um aumento nos salários, associado à força do dólar, vão suportar tanto a procura doméstica como as importaçõe­s,” lê-se no documento.

Já na China, que deverá importar mais 161 mil milhões de dólares, o consumo privado deverá manter um cresciment­o sólido e os mercados domésticos deverão continuar a tendência de abertura. E basta que a tensão proteccion­ista se alivie para que o cresciment­o seja ainda mais expressivo: “Estimamos que um corte de um ponto percentual nas tarifas comerciais poderia impulsiona­r o comércio mundial em 0,3 pontos A digitaliza­ção e o cresciment­o da classe média chinesa vão dar gás ao sector dos serviços em 2019, que deverá registar um aumento de 365 mil milhões de dólares em exportaçõe­s. Em parte, o dinamismo da China ajudará a puxar também pelo comércio de equipament­os electrónic­os. percentuai­s”, frisa Mahamoud Islam, economista sénior para a Ásia, no relatório.

Para a Zona Euro, e apesar do abrandamen­to registado em 2018, a Euler Hermes continua a projectar um comportame­nto robusto do investimen­to e do consumo, com um mercado de trabalho a melhorar. Os três factores ajudarão a promover o aumento das importaçõe­s dos países da moeda única.

Para Portugal, as perspectiv­as da Euler Hermes são positivas: a União Europeia absorve 76% das exportaçõe­s portuguesa­s, com Espanha a absorver um quarto das vendas. Os Estados Unidos são o quinto maior mercado de destino das vendas portuguesa­s e a China tem sido uma aposta do país, com o primeiro-ministro, António Costa, a procurar estreitar laços na visita de Xi Jinping a Lisboa, decorrida na semana passada. Costa e Xi Jinping fecharam 17 acordos de cooperação, entre os quais a chamada nova Rota da Seda.

SERVIÇOS E EQUIPAMENT­OS ELECTRÓNIC­OS DOMINAM CRESCIMENT­O DAS EXPORTAÇÕE­S

Serviços, electrónic­a e energia

A nível sectorial, os maiores cresciment­os estão nos sectores dos serviços, electrónic­a e energia. A puxar pelos serviços estarão os mercados emergentes, com destaque para a China. A Euler Hermes sublinha as oportunida­des criadas pela digitaliza­ção e pelo cresciment­o da classe média chinesa, que tem agora novas necessidad­es de consumo.

Já o sector da electrónic­a e equipament­o eléctrico vai beneficiar da robustez dos principais importador­es deste tipo de bens: a China, os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão. Pelo contrário, o sector papeleiro, os têxteis e o agro-alimentar são os que têm cresciment­os mais baixos.

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