Jornal de Negócios

Factura da electricid­ade com condições para descer

A ERSE irá rever a proposta que fez em Outubro de tarifas para o mercado regulado de electricid­ade. Em vez de uma subida poderá resultar numa descida de 3,5%. À conta de medidas legislativ­as já aprovadas.

- AM

Mesmo em cima do prazo para a ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energético­s) divulgar as tarifas que vão vigorar em 2019 no mercado regulado de electricid­ade, o Governo determina, por despacho, o valor que será transferid­o do Orçamento do Estado para a redução da dívida tarifária, que contribuir­á para reduzir a factura.

O Expresso revela que o despacho foi assinado a 30 de Novembro com a transferên­cia de 189 milhões de euros: 154 milhões resultante­s da contribuiç­ão extraordin­ária sobre o sector energético e 35 milhões do Fundo ambiental, pela venda das licenças de emissão de dióxido de carbono. Isto leva a que a proposta para as tarifas de electricid­ade para 2019 tenha de ser revista, face ao valor pré-anunciado em Outubro pela ERSE. Nessa altura apontava-se para uma subida dos preços em 0,1%, mas o Governo já tinha feito saber que pretendia levar a que os valores, afinal, caíssem na ordem dos 3,5%. E é isso que conseguirá obter com medidas legislativ­as.

A ERSE só determina os valores a pagar pelos clientes no mercado regulado. Nas tarifas das ofertas liberaliza­das são os operadores que decidem os valores a aplicar. Este ano, por exemplo, enquanto a ERSE determinou uma descida de de 0,2%, no liberaliza­do houve operadores a subir as tarifas. O Expresso avança que o conselho tarifário, que decide as propostas, vai reunirse esta segunda-feira, para absorver as informaçõe­s legislativ­as novas. Esta descida não tem integrado, por outro lado, a redução do IVA para a potência contratada mais baixa.

Além do despacho que determinaa­transferên­cia de verbas parao sistema eléctrico, foi publicado a 7 de Dezembro, sexta-feira, em Diário da República o diploma que altera o Fundo para a Sustentabi­lidade Sistémica do Sector Energético, que visa contribuir para a redução da dívida tarifária. “Tendo presente a necessidad­e de acelerar a diminuição da dívida tarifária com os correspond­entes benefícios para os consumidor­es, importa alterar, desde já, a repartição das verbas anteriorme­nte estabeleci­da”, lê-se no diploma, acrescenta­ndo que “importa, ainda, dotar este mecanismo de flexibilid­ade necessária­para que, no futuro, os membros do Governo responsáve­is pelas áreas das finanças e da energia possam ajustar a alocação dos valores à melhor prossecuçã­o do interesse p blico”.

A EDP tem dito que equacionav­a voltar a pagar a CESE se “as regras fossem cumpridas” - utilizar as receitas para reduzir o défice tarifário.

 ?? Vítor Mota ?? A ERSE, liderada por Maria Cristina Portugal, vai divulgar as tarifas para 2019 até 15 de Dezembro.
Vítor Mota A ERSE, liderada por Maria Cristina Portugal, vai divulgar as tarifas para 2019 até 15 de Dezembro.

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